Sempre me atrai muito a “potência” intelectual de um pensador. A capacidade de convencer-nos do improvável é um traço marcante dessa “virilidade” intelectual. Aliás, se houvesse um “Viagra” intelectual, eu experimentaria um “azulzinho”. Quem sabe conseguisse “performances” dignas de um Heidegger ou um Leibniz, por exemplo?
Apesar dessa minha reverência à potência intelectual, não posso deixar de confessar, no entanto, que o que me liga efetivamente a um determinado pensador é, antes, o seu modo de existir. O viver “honesto”, que inclui um sistema filosófico “sincero”, que pretende nos afastar de uma ilusão, ao invés de querer nos envolver em uma alucinação – a sua -, é o que me apaixona... no sentido mais “nobre” do termo “paixão”.
Nem é preciso dizer que a vida de Spinoza é quase um modelo ideal para mim. Mas há outras, com maior ou menor grau de heroísmo envolvido, como as de Thomas More, Voltaire, Locke, Aristóteles, sem falar no paradigmático Sócrates, que são modelos apaixonantes, também.
O fato é que agora tenho andado a “flertar” com o pensamento – e a vida - de Gaston Bachelard.
Para quem ainda não foi apresentado... Bachelard nasceu em 1884, na região de Champagne, na França. Ou seja, seu pai poderia ter comemorado o nascimento do rebento com um “espumantezinho” regional em alto estilo. Rsss. O bom senso do rapaz motivou-o a planejar uma carreira de engenheiro. Posteriormente, seu bom entendimento do mundo aproximou-o da Filosofia. Nem preciso falar da minha humilde identificação nesse aspecto. Rsss. Na Sorbonne, “seus cursos eram acompanhados por uma multidão de jovens entusiasmados com a profundidade e originalidade de seu pensamento e com sua personalidade vibrante, acolhedora e inconvencional”, conforme indica o volume da coleção “Os Pensadores”. Bachelard vem a falecer em 1962.
O que mais está motivando minha leitura sobre ele é sua avaliação de que com as mudanças científicas do início do século XX, principalmente com a Física Relativista, “estabelece-se um relativismo do racional e do empírico” e que “as próprias matemáticas, as ciências mais estáveis... foram levadas a reconsiderar os elementos de base”. Isso me faz pensar até que ponto o projeto spinozano original de um conhecimento total seguindo um modelo geométrico ainda faria sentido. Não que Bachelard invalide totalmente a utilização da razão, apelando para um “irracionalismo”. Pelo contrário! Bachelard caracteriza sua posição como um “racionalismo engajado”, que se ajusta a cada tipo de objeto, tornando-se essencialmente progressivo, aberto e setorial.
Pode ser um bom diálogo entre amigos esse de Bachelard e Spinoza. Quem sabe Bachelard possa contar a Spinoza as novidades da ciência desde a Física dos tempos de Descartes?! Prometo ficar espiando essa conversa e colocar trechos no blog.
Apesar dessa minha reverência à potência intelectual, não posso deixar de confessar, no entanto, que o que me liga efetivamente a um determinado pensador é, antes, o seu modo de existir. O viver “honesto”, que inclui um sistema filosófico “sincero”, que pretende nos afastar de uma ilusão, ao invés de querer nos envolver em uma alucinação – a sua -, é o que me apaixona... no sentido mais “nobre” do termo “paixão”.
Nem é preciso dizer que a vida de Spinoza é quase um modelo ideal para mim. Mas há outras, com maior ou menor grau de heroísmo envolvido, como as de Thomas More, Voltaire, Locke, Aristóteles, sem falar no paradigmático Sócrates, que são modelos apaixonantes, também.
O fato é que agora tenho andado a “flertar” com o pensamento – e a vida - de Gaston Bachelard.
Para quem ainda não foi apresentado... Bachelard nasceu em 1884, na região de Champagne, na França. Ou seja, seu pai poderia ter comemorado o nascimento do rebento com um “espumantezinho” regional em alto estilo. Rsss. O bom senso do rapaz motivou-o a planejar uma carreira de engenheiro. Posteriormente, seu bom entendimento do mundo aproximou-o da Filosofia. Nem preciso falar da minha humilde identificação nesse aspecto. Rsss. Na Sorbonne, “seus cursos eram acompanhados por uma multidão de jovens entusiasmados com a profundidade e originalidade de seu pensamento e com sua personalidade vibrante, acolhedora e inconvencional”, conforme indica o volume da coleção “Os Pensadores”. Bachelard vem a falecer em 1962.
O que mais está motivando minha leitura sobre ele é sua avaliação de que com as mudanças científicas do início do século XX, principalmente com a Física Relativista, “estabelece-se um relativismo do racional e do empírico” e que “as próprias matemáticas, as ciências mais estáveis... foram levadas a reconsiderar os elementos de base”. Isso me faz pensar até que ponto o projeto spinozano original de um conhecimento total seguindo um modelo geométrico ainda faria sentido. Não que Bachelard invalide totalmente a utilização da razão, apelando para um “irracionalismo”. Pelo contrário! Bachelard caracteriza sua posição como um “racionalismo engajado”, que se ajusta a cada tipo de objeto, tornando-se essencialmente progressivo, aberto e setorial.
Pode ser um bom diálogo entre amigos esse de Bachelard e Spinoza. Quem sabe Bachelard possa contar a Spinoza as novidades da ciência desde a Física dos tempos de Descartes?! Prometo ficar espiando essa conversa e colocar trechos no blog.
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