A Era da Razão é o título de um livro escrito por Thomas Paine em 1776. O autor, nascido em 1737 e falecido em 1809, é contemporâneo do que se chamou de Iluminismo, Ilustração ou Esclarecimento.
O Iluminismo foi um movimento que teve lugar especialmente no século XVIII. Em termos filosóficos, teve como grandes figuras os enciclopedistas franceses (Diderot, D'Alembert, Rousseau, Montesquieu, Voltaire); os britânicos Locke e Adam Smith; além do prussiano/alemão Kant.
Privilegiando o uso da "razão" para construir sua visão de mundo, o Iluminismo também reconhecia como valores seus a ciência, a tolerância e o secularismo.
Uma das pedras fundamentais da cultura europeia, a religião, tornou-se alvo do movimento iluminista, porque era considerada dogmática, e, portanto, resistente ao exame da razão.
Fato importante, contudo, é que os pensadores que atacavam o dogmatismo religioso tinham amadurecido, emocionalmente falando, sob a égide religiosa. Por certo, alguns mais "radicais" rejeitaram tão veementemente a religião que se tornaram ateus. Outros, porém, ficaram num meio termo, digamos assim. Uma posição intermediária bem conhecida atualmente é o agnosticismo. Em breves palavras, trata-se de um ceticismo religioso. Ou seja, ciente da impossibilidade humana de alcançar um conhecimento absoluto, o sujeito cognoscente abre mão de declarar a verdade, ou falsidade, de algum elemento transcendente no que concerne à religião. Assim é que, por exemplo, o agnóstico reconhece que não pode ter conhecimento exato sobre a natureza de Deus.
Outra possibilidade, pouco em voga atualmente, é o "deísmo". Aqui entra o nosso amigo Thomas Paine. Ele resume assim a sua posição, que vai ao encontro do deísmo:
- sob um ponto de vista mais metafísico: "Eu creio em um Deus único [...]; e espero pela felicidade que existe depois desta vida"; e
- sob um ponto de vista mais pragmático/social: "Acredito na igualdade entre os homens e que os deveres religiosos consistem em fazer justiça, amar o perdão e empreender esforços para tornar mais felizes os nossos semelhantes".
A perspectiva deísta enxerga um ser todo poderoso que cria e organiza o Universo. Como parte dessa ordem, o homem justo, que perdoa e que se preocupa com a felicidade dos outros merece, ele mesmo, ser feliz depois desta vida. Assim, há uma "alma", ou coisa que o valha, que resiste à morte e que será o sujeito que experimentará as consequências das ações do indivíduo mortal.
Por outro lado, nas palavras de Paine, "todas as instituições eclesiásticas - a judaica, a cristã e a turca - não passam de invenções humanas".
Apenas comecei a ler esse livro. Depois comento o que achei.