Como todos lembram, Zeus é o "deus dos deuses" na mitologia grega.
Na parte referente à Filosofia Grega, em Deus e a Filosofia, Étienne Gilson conta que "Hera é a única divindade que Zeus realmente teme... em suma, a divindade mais poderosa, capaz de influenciar qualquer homem: a sua mulher". Bem humana essa característica do divino Zeus.
Deixando, entretanto, esse aspecto quase jocoso da mitologia de lado, é interessante perceber o que diz Gilson logo a seguir: "Contudo, o único poder absoluto ao qual Zeus se submete não o regula a partir de fora, mas sim de dentro... Zeus fica sem poder perante o seu consentimento, depois de o ter dado". E Gilson cita o seguinte exemplo: "Quando o seu filho mais amado, Sarpédon, se envolve numa luta contra Pátroclo, Zeus sabe que estava destinado que Sarpédon morresse. Dividido entre o seu amor paternal e o seu consentimento à Sorte, Zeus hesita inicialmente; mas Hera lembra-lhe severamente o seu dever".
Interessante pensar que, ao lado da imortalidade e do infinito poder, mesmo a "divindade mais divina" dos gregos, tivesse esse compromisso "ético" como necessidade - e não como mera contingência de sua ilimitada vontade. Ou seja, pode-se pensar que, neste sentido pelo menos, não haveria liberdade absoluta nem mesmo para o Deus "absoluto". Isto é, após ter tomado uma decisão, ainda que livremente, ele não poderia mais voltar atrás... completamente.
O que mais chama atenção é perceber, através do texto de Gilson, que a relação de um grego religioso com o Mundo - e, obviamente, com os deuses que lá estavam - é muito diferente daquela de um cristão atual, principalmente pela sua concepção de "divino". E, aí, cabe a reflexão se conseguimos realmente compreender o que está escrito em um texto grego antigo, quando lá está a palavra "theós".
4 comentários:
Ricardo,
Desejo a você e sua família, um Natal repleto de Felicidades, de Amor e Paz.
Que todos nós tenhamos a consciência que o rancor, o ódio, e outros sentimentos mesquinhos a nada levam, apenas corrompem nossa alma e atrapalham nossa evolução.
Que tenhamos a Paz de Espírito para o discernimento correto de que estamos fazendo aquilo que é justo e correto para nós e nossos semelhantes.
Que tenhamos o prazer de sermos úteis. E que 2011 seja um ano de muitas transformações e realizações para todos, não só no campo material, mas principalmente em nosso "eu" interior.
Desejo que todos tenham o que for justo e louvável aos olhos do Criador.
Que neste Natal os anjos desçam do céu, trazendo alento e forças para superares as dificuldades e que iluminem o seu sorriso para que ele se torne tão sincero quanto o sorriso de uma criança.
E que você transmita a paz e o amor a todos aqueles que te rodeiam.
Feliz Natal e um Ano Novo repleto de realizações e muita saúde.
Abraços,
Marise.
ahhh... obrigado por visitar meu blog (renato mendonça).
Nao, nao vou fazer filosofia nao. É que matéria que tenho mais dificuldade, entao decidi estudar ela. Como achei a questao dos universais simples, resolvi criar um blog e postar... Vou fazer Biotecnologia.
Aproveitando... Queria saber se vc nao tem algo falando de Kant, não tô conseguindo entender ele...
Feliz Ano Novo
Até mais
Renato
Ricardo, me encanta a ideia de liberdade... E a penso uma necessidae política; porém, nos meandros da nossa vida quando via em Foucault, Deleuze e Guattari, um convite a total liberdade, descobri que os lia superficialmente, inclusive, no último Foucault, da História da Sexualidade, emerge a ruptura com as repressões exxternas e internas provinientes de um socius castrador, mas emerge no conceito de subjetivação uma ética onde a própria pessoa é chamado no governo de si a manter-se e conter-se pelos seus valores éticos de afirmação a vida,, da vida como valor geral e,, enão somente da vida individual...
Alvitres de Hera?
... um mundo etico de liberdade, paz, alegria e amor.
Abraços Jorge
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