Leio, no momento, "Realidade - Conhecimento - Filosofia - Uma introdução à metafísica e à epistemologia", de Stephen Hetherington, publicado pelo Instituto Piaget, de Portugal. Aliás, o título original é bem mais agradável para os empolgados com a Filosofia, pois é "Reality? Knowledge? Philosophy!", quase dando a entender que a Filosofia tem as respostas para todos os nossos questionamentos envolvendo a realidade e o conhecimento do mundo.
Trata-se de um livro bastante leve - apesar dos temas "pesados". Penso ser interessante mesmo para aqueles que não querem se aprofundar tanto em Filosofia, mas que nutrem alguma simpatia pelo assunto. No livro são discutidos temas como "pessoas vs. seres humanos"; "livre arbítrio"; "Deus"; "o significado da vida"; "a morte"... e por aí vai.
Depois de responder um comentário do meu compadre, decidi colocar como post um trecho do livro com o título "Vivendo filosoficamente", que aparece, no original, depois de "vivendo eticamente", no interior da discussão sobre o que dá significado às nossas vidas. Embora seja um trecho relativamente longo, acho que vale a pena ser lido. Lá vai...
"Com frequência, as lutas e incertezas das pessoas são filosóficas, por vezes sem se darem conta disso [...] Em anos recentes, por exemplo, emergiu o que é na aparência uma nova forma de tentar com que a vida das pessoas seja mais significativa, tornando-as mais filosóficas. É o que se chama de modo genérico aconselhamento filosófico [Penso que, no Brasil, costumamos usar mais a designação "Filosofia clínica"]. Desconheço sua eficácia; menciono-a apenas como uma ideia interessante. Um terapeuta filosófico escuta a descrição feita pelo paciente do que o deixa perplexo em relação ao mundo e ao modo de viver. E por vezes, parece claro que os problemas subjacentes dos pacientes são filosóficos, e não psicológicos. Por exemplo, o paciente pode não saber se o que está a sentir é de facto amor ou se é amado em troca. O que é o amor? O que é o conhecimento? O que é o conhecimento da mente pessoal do indivíduo? O que é o conhecimento da mente do outro? Estas são questões filosóficas sobre a realidade e o conhecimento. Um conselheiro pode indagar que opiniões filosóficas o paciente já defende em relação a estas questões, antes de o introduzir a pedaços de filosofia com os quais clarifica e alarga essas opiniões. Isto pode mesmo revelar o que fazer. A questão de pensar cuidadosamente não é apenas tornar-se mais articulado. Pelo contrário, é aumentar o rigor e a profundidade da concepção individual do mundo e do lugar que nele ocupamos [...] Claro que uma vida com significado pode não ser confortável [...] Qualquer conselheiro [...] que não nos confronte com a possibilidade de as nossas perspectivas pessoais serem falsas não é nada filosófico na sua interacção connosco."
Ainda não cheguei à metade do livro, mas já encontrei algumas opiniões interessantes. Como de costume... depois escrevo mais!
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