quarta-feira, 4 de abril de 2012

Leibniz "Arght"

   Alguns não devem ter entendido o "Arght!" que fazia parte do terceiro post sobre o "neoestoicismo" de Spinoza, quando falei de Leibniz. Embora já tenha feito algumas citações explicando minha "bronca" com este "senhor", explico novamente, para os mais novatos no blog.
   O fato é que "Herr" Leibniz - segundo alguns, mesmo se valendo de "apoios" da filosofia spinozana - negava, por medo de ficar "mal falado", sequer ter mantido contato com o holandês... ao contrário do que provam as cartas trocadas entre ambos... quanto mais tê-lo encontrado alguma vez. Esse Leibniz era um "mentiroso" de marca maior!
   Vejamos o que nos diz Maria Luísa Ribeiro Ferreira, em seu "Uma suprema alegria", pp. 59 e 60, sobre a opinião do alemão em relação a Spinoza:
   "Leibniz conhece Espinosa directamente, com ele estabelece relação pessoais e epistolares (Nota 13: São disso testemunho as Cartas XLV de Leibniz a Espinosa; XLVI de Espinosa a Leibniz e LXXII de Espinosa a Schuller). Mesmo antes da publicação de Opera Postuma tem contacto com extractos da Ética. No dizer de Yvon Belaval, interpreta o filósofo segundo dois critérios: lógico-matemático e metafísico. O seu posicionamento é ambivalente, alterando-se os testemunhos elogiosos [Esses, eu não conheço!?!?] e as críticas cerradas. A confissão de espinosismo com a qual inicia os Novos Ensaios revela um interesse e uma atracção que nunca o abandonam. Contudo, a posição oficial (a predominante) é de repulsa.
   Embora leitora atento de Espinosa, Leibniz partilha das críticas comuns à sua época. Espinosa é para ele um cartesiano que não soube levar a cabo a aplicação dos 'mos geometricus' [Caramba... Spinoza é reconhecido justamente pelo contrário!?!?!]. As suas demonstrações são enganadoras e as definições iniciais da Ética são desmontadas, numa tentativa de lhes apontar fragilidades [Ah... Fala sério, Leibniz!]
   No plano metafísico, Leibniz rejeita explicitamente certas temáticas espinosanas como a identificação de Deus e da Natureza, a negação da criação, a definição de uma Substância única, a inerência dos modos na Substância, a recusa de uma vontade livre quer em Deus quer no homem. Todas estas teses são sistematicamente refutadas pelo filósofo alemão, que aponta até mesmo a sua extrema perigosidade. E as críticas nem sempre mantêm a serenidade e o rigor desejáveis num filósofo [Pois é, "num filósofo", mas estamos falando de Leibniz!]. Tal como seus contemporâneos (e posto que Espinosa sempre o tenha fascinado [E a quem não fascina?]), Leinbiz é excessivo nas acusações e injusto nos confrontos [Mas esse é o caráter do sujeito, Dra. Maria Luísa!]. Interessa-lhe denegrir Espinosa, e todos os meios são válidos [E a gente ainda acha que as "rasteiras" no meio acadêmico são coisas da atualidades apenas! Rsss]. Mesmo que se tenham que combinar elementos tão díspares como cartesianismo e cabalismo, como aparece no excerto: '(...) é a partir de uma combinação da Cabala e do cartesianismo, maximamente corrompidos, que Espinosa formou a sua doutrina monstruosa' (Carta de Leibniz a Bourguet, 1709)".
   "Uuuuuuuuu!". Esse é o único a argumento que me vem à cabeça para refutar "Leibinho".
  

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