Gosto sempre de registrar os lançamentos de livros ligados ao nosso querido filósofo holandês. Mas, atrasado como tenho estado ultimamente, deixei de escapar um: Breve tratado de Deus, do homem e do seu bem-estar.
O livro foi publicado em capa dura, pela Autêntica - nos mesmos moldes da recente edição bilíngue da Ética. Em vez, entretanto, da capa azul, agora, tivemos uma "abóbora"... até onde minha paleta de cores mentais permite definir.
Ao contrário da edição da Alianza Editorial, a versão espanhola do livro, não foram incluídos o "Cálculo algébrico do arco íris" e o "Cálculo de Probabilidades". É uma questão de opção editorial, visto que os livros são anônimos. Mas eu acho que poder-se-ia aproveitar o lançamento de mais uma obra spinozana em Português e deixar registrados esses textos, ainda que de origem duvidosa - desde que isso fosse destacado, como o foi na versão espanhola.
A única coisa da qual eu particularmente não gostei foi a opção da Autêntica em registrar como autor do livro "Espinosa" - aos moldes do que sempre faz nossa querida Marilena Chauí, que, a propósito, escreve o Prefácio. Achei, com todo respeito à escolha, que foi um passo atrás da editora. Se já havíamos caminhado, com a publicação por eles mesmos, para a grafia internacionalmente reconhecida no nome de Spinoza, por que voltar a esse modo de escrever? Há aqueles que escrevem até "Espinoza", o que eu, apesar de rejeitar, compreendo, visto que há registros assim em documentos da época. Mas "Espinosa"??? Aí, é muito esquisito.
Há que se ressaltar que até a publicação portuguesa do Luís Machado de Abreu, Spinoza - a utopia da razão, adotou a grafia mencionada por mim. E ele dedica um anexo a essa questão, apresentando as variantes "Despinoza", "Spiñoza", entre outras. É fato que há "spinosa" (palavra latina) e "espinosa" (palavra espanhola), mas, por que adotar a versão espanhola da palavra, em se tratando esta vinculação a um possível passado distante da família, que não é reconhecido pelo próprio autor - bastando atentar-se ao BDS do seu selo, provando sua aceitação do "Spinoza"?
Disso, confesso, não gostei.
De qualquer forma, aplausos para a publicação de mais uma obra deste maravilhoso pensador no nosso tão especial Português.
4 comentários:
Cá para mim, aqui que ninguém nos lê, adotaram a versão portuguesa, ...Afinal a Maria Luísa Ribeiro Ferreira tb escreve "Espinosa", em alguns dos seus livros e a mim fere-me menos a "vista" ler Espinosa do que Spinoza...Mas sou eu, portuguesa, a escrever, até pq nós temos aqui mais a mania de aportuguesar nomes, enquanto vocês(estranhamente para nós) usam a versão internacional.Estou a lembrar-me por exemplo do Amesterdã aí e Amesterdão aqui, mas o que interessa é que Spinoza, ou Espinosa é o mesmo pensador fantástico que tem marcado gerações.
Abraço
Parabéns a Espinosa, padrinho e patrono do blog.Parabéns também ao Ricardo, por ter dignificado tanto este pensador.
Abraços aos amigos do blog
Estou lendo o livro agora, bem interessante como se trata de uma espécie de "rascunho" da Ética.
Eu pessoalmente prefiro Benedito Espinosa. Penso que ele mesmo renegou a versão hebraica, Baruch, quando foi excomungado do judaísmo, então o mesmo deveria ser válido para o sobrenome. Mas o nome (ou sobrenome) não é lá o essencial :)
Abs
raph
DEUS, A BEBIDA DIVINA
Pra mim tanto faz, Spinoza, Espinosa, Benedito, Bento e, se aparecer mais um nome pra ele, que seja bem-vindo, porque o importante é que todos estes nomes representam um único homem, o grande embriagado de Deus, o homem que viveu um porre fenomenal de Deus durante toda a sua vida, com todo o respeito, portanto, deveríamos ter uma garrafa com água, a bebida divina, em casa, com o seguinte rótulo, DEUS, e, abaixo, um aviso do Spinoza,
Beba sem moderação.
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