Continuando o post que relacionava o método geométrico a Descartes, mas usando, agora, a referência do comentador Wolfgang Bartuschat.
Bartuschat começa contando a mesma estória sobre o pedido feito a Descartes, nas segundas objeções às Meditações Metafísicas, para que expusesse sua doutrina segundo o método geométrico, e escreve:
"Mas esse tipo de apresentação, Descartes salienta-o, nada prova por ele mesmo; por isso, é mais fraco que o procedimento praticado nas Meditações, e poder-se-ia apenas conferir-lhe um significado pedagógico com respeito ao leitor. O procedimento 'analítico' das Meditações, que atinge princípios na forma meditativa, requereria do leitor, a cada um dos seus passos, a máxima atenção, sem a qual a exposição facilmente poderia perder em força persuasiva. Ante isso, o procedimento 'sintético' do método geométrico, que tira consequências de proposições prévias, teria a vantagem de conseguir, pela constante referência às proposições prévias, a anuência também do leitor".
Portanto, o "método geométrico", segundo Descartes, prestar-se-ia apenas para prender mais a atenção do leitor, não tendo a força comprobatória da exposição meditativa.
Diante disso, realmente fica parecendo que o empirista Hobbes se empolgou mais com o mos geometricus que o racionalista - e matemático - Descartes.
Quem diria, hein?!
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