Spinoza escreve, logo no Prefácio da Parte 5 da Ética, que passa à "alteram ethices partem". Ficamos com impressão de que as quatro primeiras formavam uma única parte, enquanto "A Potência do Intelecto ou a Liberdade Humana" é outra totalmente diferente.
De qualquer modo, não é exatamente a "Parte 5" que me chama atenção, como um todo pelo menos. Até a Proposição 20, tudo vai bem. No entanto, quando nosso filósofo conclui o escólio da mesma proposição, com aquela frase "É, pois, agora, o momento de passar àquilo que se refere à duração da mente, considerada sem relação com o corpo" (Grifo nosso), a coisa fica esquisita.
Particularmente, assumo que não entendo o que se passa. Não chego a pensar - como li certa vez - que, daí em diante, o texto poderia ter sido enxertado na obra spinozana. Mas, que não entendo, isso não entendo. Mas sigo tentando... com meus parcos recursos intelectuais.
Entretanto, hoje me senti mais feliz. Estava lendo Steven Nadler, justamente sobre essa parte, no que pode sugerir uma aparente crença de Spinoza na "imortalidade da alma", e vi que estou bem acompanhado. Nada mais, nada menos que Edwin Curley diz "in spite of many years of study, I still do not feel that I understand this part of the Ethics at all", e completa "I feel the freedom to confess that, of course, because I also believe that no one else understands it adequately either". Ou seja, não só ele reconhece que não entende esta parte, como também diz acreditar que ninguém entende... incluindo, obviamente, este que escreve.
Ufa... sinal que não sou tão burro assim. Rsss
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