... às vezes, eu acabo encontrando um tempinho para ler, por puro prazer, "aqueeeele" livrinho que segue sempre na minha mochila, acompanhando-me para cima e para baixo. Dessa vez, mesmo afogado em leituras urgentes, consegui "criar" mais horas no dia e me deliciei com "Édipo Rei" e "Antígona"... faltou só o "Édipo em Colono", para completar a "Trilogia Tebana" de Sófocles.
Fiquei, entretanto, com uma "angústia" tremenda, visto que lembrei-me de um antigo professor meu ter comentado que o povo grego se "deliciava" com o infeliz destino de Édipo, após sua autopunição. Será que estou muito "preso" à piedade cristã ocidental?
Parece, realmente, que havia um certo consenso, na Grécia Antiga, de que um ato "errado" merecia, independente da motivação interior, justo castigo. Mas o drama vivido por Édipo, que tentou fugir do seu triste destino, e que, mesmo matando o próprio pai, parece fazê-lo por uma causa justificável - ainda que, obviamente, não louvável -, parece-me muito "cruel", para que alguém, também humano, sujeito, portanto, às mesmas reviravoltas da vida, possa regozijar-se.
Sobre Antígona, entretanto, não acho possível imaginar alguém saindo do anfiteatro da Acrópole feliz com aquele final. A mocinha, que acompanha o pai cego; tenta promover uma paz improvável entre os irmãos em pé de guerra; preocupada com a irmã mais jovem, que desrespeita o tio só para dar um enterro digno ao irmão acabar morta!?!... E daquele jeito?!
Assim não dá, Sófocles! Será que você não poderia ter feito um "cursinho" na "Pólis de Hollywood", e ter colocado um happy end nessa estória? Rsss.
Brincadeiras à parte... é maravilhoso "visitar" as tragédias gregas, conduzido por mãos tão capazes!
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