Já que o assunto é "Política", não poderíamos deixar de lembrar daquele que desfez mitos nessa área, mostrando o que a maioria dos homens efetivamente pretende quando usa essa "ferramenta" chamada "Política"... falo, obviamente de Niccolò Machiavelli.
O título do post é o mesmo daquele de um livro - também adquirido recentemente por mim. Apesar da minha completa ignorância, até então, sobre esse escrito, não tive dúvidas em adquiri-lo. "Por quê?", perguntarão alguns, "Afinal, há vários títulos sobre Machiavelli no mercado". O que me chamou atenção foi o autor... ninguém menos que Johann Gottlieb Fichte!!!
Como eu disse acima, não sabia que Fichte havia escrito sobre Machiavelli. Fico pensando, cá com meus botões, antes de ler o exemplar, sobre a afinidade de intenções de unificação dos seus respectivos países que passavam nas cabeças do alemão e do italiano. Apesar de refletir também sobre a diferença de atitudes dos dois - o alemão, arrojado, militante e "agente", enquanto o italiano, meticuloso e "pensante".
Na verdade, Fichte publicou o ensaio na revista Vesta sob o título "Sobre Maquiavel como escritor e excertos de seus escritos".
Na apresentação, o organizador e tradutor Rubens Rodrigues Torres Filho diz: "O ensaio tem a estrutura de uma obra de divulgação (o próprio Fichte, segundo testemunhos da época, estava tendo seu primeiro contato com Maquiavel): compõe-se de uma extensa introdução, com dados biográficos, históricos e enumeração de obras, acompanhados de ocasionais observações (e apenas um capítulo diretamente interpretativo, onde se indaga 'em que medida a política de Maquiavel se aplica aos nossos tempos'); uma seleção de textos de O Príncipe, traduzidos para o alemão e comentados; e uma conclusão geral, onde se trata menos de Maquiavel que de seus leitores atuais".
Apesar de, possivelmente, básica, parece que o interesse maior que a obra suscita é por representar o entendimento que um gigante como Fichte tem de outro pensador da envergadura de Machiavelli, que o organizador bem indica desta forma: "Mas a interpretação, a inflexão da leitura que Fichte faz de Maquiavel, permeia o texto do começo ao fim, incidindo sobre a própria tradução e o recorte dos trechos de O Príncipe que inclui. Fichte dá, com isso, um exemplo de escrever sobre um escritor político, o que significaria, já, escrever sobre política e - mais ainda - escrever politicamente".
Deu água na boca...
Um comentário:
Muito interessante!!! Também não sabia que Fichte havia escrito sobre Maquiavel.
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