No post anterior, fiz uma espécie de enquete. Vai uma ajuda para os amigos, tirada do livro do qual falei.
A autora cita o exemplo de uma urna mortuária inca que pode ser usada como um mero vaso por um brasileiro. Segundo a visão fenomenológica, a urna não deixou de ter presença, mas o que e como ela é mudou. Então, seu "ser" teria mudado, porque o "ser" não está grudado na coisa, visto que a coisa não é uma "coisa em si mesma", dependendo da "trama de significados" que são dados a ela.
Já o pensamento metafísico tradicional propõe que aquele objeto percebido é, em si mesmo, uma coisa. É verdade que essa coisa carrega "potencialidades", que se "atualizam" (termo de Aristóteles), ou se "realizam" no quotidiano, diante de nossa consciência existencial. Então, aquele objeto, que é, em si mesmo, um sólido com tal forma, feito de tal material, com uma finalidade planejada inicialmente - a de urna mortuária, no caso -, pode, de acordo com qualidades "acidentais", que estão "potencialmente" contidas nele, servir ao sujeito de modo distinto - como vaso, por exemplo. Segundo essa visão, o objeto "urna mortuária" não deixou de ser, em essência, uma urna mortuária; mas passou a ser uma "urna-mortuária-utilizada-como-vaso"... o que é diferente de ser vaso.
E a enquete continua...
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