Como muitos sabem, o "zeloso" cardeal Joseph Ratzinger, alguns anos antes de se tornar papa, deu uma reprimenda no nosso frei Leonardo Boff, por conta do que ele achava uma intromissão da Igreja Católica em assuntos seculares, promovida por Boff e outros, com a Teologia da Libertação. Já que Boff continuou alardeando sua defesa aos pobres, o silêncio lhe foi imposto.
Há poucos dias, concluí a leitura de "Fundamentalismo", de Leonard Boff. De modo geral, ligamos a palavra "fundamentalismo" aos muçulmanos, mas Boff expõe de modo claro o que um pouco de reflexão indica rapidamente: qualquer apego excessivo a uma determinada "verdade" gera fundamentalismo. Dessa forma, Boff nos apresenta o fundamentalismo científico e o cristão - além do já conhecido islâmico. O científico está ligado à crença de que a ciência é a última instância para qualquer decisão, inclusive aquelas de cunho moral. O fundamentalismo cristão dogmático é apresentado como tendo seu maior representante atualmente no papa Bento XVI. A justificativa de Boff é forte, já que no documento "Dominus Jesus", de 2000, assinado pelo então cardeal Joseph Ratzinger, esse "tolerante" representante de Deus na Terra afirma que só a Igreja Católica é uma religião, sendo as outras denominações cristãs apenas seitas.
Por essas "coincidências" da vida, a matéria de capa da "Revista da Semana", edição passada, era "O que pensa Bento XVI". E vejam o que esse "grandioso" papa arrumou... indiretamente. O tal padre que falou que o Holocausto dos judeus fora uma invenção, expulso da Argentina semana passada, tinha sido reabilitado na Igreja por determinação do papa Ratzinger, após ter sido excomungado por João Paulo II, em 1988!!!!
Mas voltando ao Leonardo Boff - que é a parte boa desse post -, quero citar uma passagem do seu livro: "As tragédias dão-nos a dimensão da inumanidade de que somos capazes. Mas também deixam vir à tona o verdadeiro humano que habita em nós... e esse humano em nós faz com que juntos choremos [com os atingidos pela tragédia]"
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