Paulo Ghiraldelli Jr. vem lançando, em bancas de jornal, livretos de nome "História Essencial da Filosofia". Serão cinco pequenos volumes que cobrem o assunto, desde a Filosofia Antiga até a Contemporânea.
Os livrinhos têm o mérito de serem absolutamente acessíveis, tanto em preço quanto em linguagem, ao público em geral. E o local onde são vendidos, as bancas de jornal, por pertencerem ao quotidiano das pessoas, pode ser um ótimo ponto de partida para disseminar, ainda mais, o pensamento filosófico no Brasil.
A única diferença que senti em relação aos outros livros de Ghiraldelli Jr. é que, nestes - pelo menos no terceiro volume, que é o que leio agora -, ele parece ficar mais "preso", deixando aquele seu típico "ar criativo" mais quieto. Talvez, porque saiba não falar para quem já foi "fisgado" pelo "espírito filosófico". Mas, mesmo assim, acho que ainda haveria espaço para o seu jeito próprio, menos "manualesco".
Mas, volto a dizer que, para o objetivo da obra - que eu imagino seja disseminar a Filosofia para o grande público -, tem-se que elogiar os textos de Ghiraldelli Jr.
Dito isto, gostaria de fazer apenas um pequeno comentário, que, muitas vezes, escapa aos menos avisados sobre Machiavelli... e que Paulo Ghiraldelli Jr. faz questão de comentar em seu livreto.
Escreve o nosso filósofo: "Pode-se pensar, não sem alguma dose de razão, que o correto seria ler Maquiavel como quem escreveu antes para o povo do que para qualquer príncipe. Ele teria escrito para os que não sabem como os mecanismos reais da política se desenvolvem". Além disso, registra um outro engano muito comum para quem não está familiarizado com a história pessoal de Machiavelli: "Ele considerou que os cidadãos deveriam ter em mente a preservação de sua República", indicando em nota de rodapé que "Maquiavel coloca no livro O Príncipe regras autocráticas, mas nos Discursos ele mostra a sua própria preferência pela República comandada pelos cidadãos".
Para quem se acostumou, também, a associar Machiavelli à frase: "Os fins justificam os meios", Ghiraldelli faz uma "correção de curso" de pensamento, com sutil diferença, na passagem: "... em Maquiavel, nunca houve qualquer dúvida sobre a prioridade dos meios, fossem quais fossem, quando se tratava de ter como fim a preservação do Estado"... ou seja, o fim era sempre "a preservação do Estado".
Obrigado pelas aulas, professor Ghiraldelli Jr.
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