Volto ao assunto - já discutido por aqui, no post "O pós-morte grego" - sobre o tipo de existência, ou melhor, sobre o tipo de "eu" que perdurava após a morte, para o grego clássico.
A colaboração, agora, vem de Homero e do professor Marcus Reis, especialista em Mitologia e em Filosofia Antiga.
Homero nos conta, no Canto XI da Odisseia, que Ulisses dirigiu ardente prece à "cabeça vácua dos mortos"... indicando a "despersonificação" dessa "sombra" - que era a "psyché" - dos já falecidos. O professor Marcus reforçou essa tese da "ausência de memória" na psyché desencarnada. Entretanto, no mesmo canto, Homero indica que Elpenor, um marujo de Ulisses, se comunica com seu capitão rogando-lhe um sepultamento digno... Novo estranhamento!
Logo a seguir, Ulisses permite que o tebano Tirésias beba o sangue do seu sacrifício, o que, de certa forma, dá força vital à psyché, transmitindo-lhe uma certa materialidade e possibilitando-lhe a memória - até então ausente.
Outra prova disso vem quando Ulisses questiona Tirésias sobre o modo pelo qual Anticleia, mãe de Ulisses, se dirigiria a ele. O sábio tebano reforça a ideia de que o sangue é o "veículo" material a partir do qual a "sombra" se manifesta, dizendo a verdade - e quanto de "alethéia", no sentido de "rememoração", não haverá no texto original?
Ponto para a teoria da "despersonificação" do tal "eu-sombra"!
Mas... Homero complica novamente as coisas quando, no Canto XXIV, último da Odisseia, mostra um encontro das "almas" dos chacinados no Palácio de Ítaca com os heróis da Ilíada. Os heróis, como Aquiles e Agamemnon, inicialmente conversam. Depois, Agamemnon se dirige a um dos mortos por Ulisses e ele lhe responde.
A despeito do fato desse último canto ser considerado como incluído posteriormente e, portanto, podendo guardar traços de mudanças de crenças no povo grego, a coisa não fica de todo clara.
Pelo que já li... eu ainda apostaria em uma ausência de personalidade das almas que vão para o Hades!
A colaboração, agora, vem de Homero e do professor Marcus Reis, especialista em Mitologia e em Filosofia Antiga.
Homero nos conta, no Canto XI da Odisseia, que Ulisses dirigiu ardente prece à "cabeça vácua dos mortos"... indicando a "despersonificação" dessa "sombra" - que era a "psyché" - dos já falecidos. O professor Marcus reforçou essa tese da "ausência de memória" na psyché desencarnada. Entretanto, no mesmo canto, Homero indica que Elpenor, um marujo de Ulisses, se comunica com seu capitão rogando-lhe um sepultamento digno... Novo estranhamento!
Logo a seguir, Ulisses permite que o tebano Tirésias beba o sangue do seu sacrifício, o que, de certa forma, dá força vital à psyché, transmitindo-lhe uma certa materialidade e possibilitando-lhe a memória - até então ausente.
Outra prova disso vem quando Ulisses questiona Tirésias sobre o modo pelo qual Anticleia, mãe de Ulisses, se dirigiria a ele. O sábio tebano reforça a ideia de que o sangue é o "veículo" material a partir do qual a "sombra" se manifesta, dizendo a verdade - e quanto de "alethéia", no sentido de "rememoração", não haverá no texto original?
Ponto para a teoria da "despersonificação" do tal "eu-sombra"!
Mas... Homero complica novamente as coisas quando, no Canto XXIV, último da Odisseia, mostra um encontro das "almas" dos chacinados no Palácio de Ítaca com os heróis da Ilíada. Os heróis, como Aquiles e Agamemnon, inicialmente conversam. Depois, Agamemnon se dirige a um dos mortos por Ulisses e ele lhe responde.
A despeito do fato desse último canto ser considerado como incluído posteriormente e, portanto, podendo guardar traços de mudanças de crenças no povo grego, a coisa não fica de todo clara.
Pelo que já li... eu ainda apostaria em uma ausência de personalidade das almas que vão para o Hades!
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