quinta-feira, 8 de abril de 2010

"Existenz"

  Lembrei-me do nosso querido amigo Existenz por esses dias, quando assisti ao filme de David Cronenberg - esse polêmico cineasta canadense.  A lembrança se deu pelo título do filme - "homônimo" do amigo aqui do blog -, mas também pelo conteúdo do mesmo, questionando as ideias metafísicas de uma realidade "estável", segura e passível de ser conhecida em seu sentido último.
  O tema já foi explorado por filmes como Matrix e Total Recall, por exemplo.  Em todos, questiona-se a "certeza" das "vivências", que acabam sendo fruto de algum simulacro de realidade. Entretanto, enquanto em Matrix e Total Recall temos uma referência bem estabelecida do que é o real, a partir do qual se tem certeza sobre o que é ilusório, em "Existenz" a coisa é mais problemática. Afinal, na última cena, quando nos sentíamos confortáveis com o estabelecimento do que pensávamos ser esse "ponto fixo" transcendente, a partir do qual toda a ilusão podia ser percebida como tal, ouve-se a pergunta, de uma das personagens: "Ainda estamos no jogo?"... então, perdemos aquele ponto "arquimédico", que tomávamos como apoio "real", de onde podíamos confortavelmente estabelecer o que era "virtual".
  Enfim, radicalizando, será que há a possibilidade de sermos apenas "cérebros em cubas de vidro", como provoca Hilary Putnam?

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