Acho que ninguém discute a necessidade de suspensão imediata dos ataques de Israel à Faixa de Gaza... a não ser, talvez, os israelenses que moram nas cidades que recebem mísseis Qassam "em domicílio". De qualquer forma, mesmo esses, devem pensar na possibilidade de ter uma paz duradoura em algum momento, o que certamente implica a parada da máquina de guerra israelense.
Portanto, que é preciso que Israel pare de bombardear a Faixa de Gaza, isso é quase um "ponto pacífico" - sem trocadilho.
Num segundo momento, entretanto, é preciso convencer o Hamas a parar de jogar seus "estalinhos" no quintal do vizinho. Isso foi o que deu a justificativa a Israel para a deflagração desse último conflito; quando o Hamas, em pleno cessar-fogo lançou mais alguns dos seus "buscapés". É bem verdade que, na guerra da propaganda, o Hamas afirma que fez isso em retaliação à morte de onze integrantes de seu grupo, assassinados pelos israelenses. Se bem que, como disse o radialista americano Boake Carter, nos anos 40, "numa guerra, a primeira vítima é a verdade".
Isso foi só uma introdução para falar de uma matéria publicada no Jornal do Brasil, de autoria do professor de Direito da PUC-RS, Wremyr Scliar, onde este narra o descumprimento das Convenções de Genebra por ambas as partes envolvidas no conflito. Como as de Israel são já sabidas, principalmente no que diz respeito ao ataque à população civil, enfatizo aquelas concernentes ao Hamas. O professor escreve: "Nós testemunhamos o lançamento sistemático de mísseis pelo Hamas de dentro de áreas densamente povoadas na Faixa de Gaza, incluindo áreas civis protegidas como escolas e mesquitas... e ambulâncias para transportar armas e terroristas... Nos últimos dias em Gaza, houve notícias de soldados armados do Hamas pegando crianças palestinas e carregano-as como escudos humanos". Desta forma, fica fácil entender por que bombas israelenses explodem em templos e em unidades educacionais, sem que isso incomode ao governo de Israel.
Mudando um pouco a perspectiva da reflexão.
Eu não sei se poderíamos invocar a Convenção de Genebra, que estabelece normas para todos os envolvidos em um conflito, no caso de grupos terroristas. Mas a verdade é que o Hamas, como líder administrativo de uma região - ainda que não um país reconhecido - tem responsabilidades de um governo regulamentar. E, para facilitar o reconhecimento de um Estado Palestino, seria interessante que cumprisse normas internacionais de comportamento.
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