Puxa... eu que gostava tanto de "O conde de Monte Cristo" me sinto enganado com a informação - só descoberta agora por mim - de que Alexandre Dumas, o pai, tinha dezenas de "colaboradores". Ao que parece ele não tinha boas idéias, mas era bom em desenvolver de idéias alheias. Com isso, os tais "colaboradores" apresentavam o argumento e Dumas ia "desenrolando o carretel" até formar-se a estória. Ao final, o cara "tascava" a assinatura e mandava aos editores.
Mas, peraí! Isso não é um pouco de enganação? É verdade que se discute se Homero não teria sido, ele mesmo, uma ficção. Aliás, a análise dos textos, através da filologia, parece sugerir isso. Mas esse estava distante demais no tempo... e os outros é que tê-lo-iam criado como uma forma de "síntese" da tradição oral da época. Mas o sujeito fazer isso propositalmente, para "agilizar" seu processo criativo?! Aí, é demais! Que decepção, Dumas!
3 comentários:
Senhor Ricardo!!
Bem, essa é de facto forte...mas não a única , né?
Embora não seja a mesma situação mas...o meu que é mais seu Saramago foi também ele acusado de plágio por um mexicano-Téofilo Huerta Moreno no livro "As intermitências da morte" Aliás esse Teófilo chegou inclusivamente a criar um blogue (www.saramagoplagiario.blogspot.com) para dar a conhecer a sua história. Nesse blogue, são disponibilizadas várias frases que Saramago terá plagiado nesse livro.
São as custas da notariedade, ou a pressão da escrita?
Maria
O ano para mim não começa a 1, como toda a gente, o ano para mim começa a 5. Hoje voltaram as aulas...Há uns 2 anos atrás isso seria , por si só, motivo de contentamento, hoje vou para as aulas cansada psicologicamente como se fosse o último dia, derrotada , como se tivesse travada a mais dura das batalhas...
Enfim, temos que ser felizes com o que temos, e ainda tenho muito, muito...feliz ano de 2009.
Cara Maria,
Este meu ano de trabalho começou exatamente no dia primeiro. Justamente por isso, não pude me exceder muito no revéillon. Mas, de qualquer forma, foi tudo muito bom... inclusive o trabalho no 1º de janeiro de 2009.
Para ti, Maria, um bom começo de ano... um feliz Dia 5, já que só começou neste dia o teu ano.
Escrevo-te para dizer que fui ao blog de Teófilo Huerta Moreno. Li as postagens mais recentes e a comparação das passagens dos textos.
Uma das perguntas que o autor coloca - e que eu também faria - é o porquê de um autor "nobelizado" (que neologismo é esse?! Rsss) recorrer a um plágio. E isto me parece mais estranho ainda se pensarmos que o romance de Saramago é recente, ou seja, ele já era muuuuuito famoso bem antes dele.
Um dos comentaristas do caso, no blog, indica que são dezoito "coincidências" ao longo do livro. O número, em princípio, parece pequeno, até por que, conforme pude ver, algumas dessas coincidências se limitam a três palavras em um parágrafo... e relativamente comuns, no que diz respeito ao uso, em relação à idéia central do parágrafo. Isto, de certa forma, isentaria Saramago. Entretanto, não posso deixar de reconhecer que, bem mais do que as palavras, especificamente, o conjunto formado por elas - e aí entra a acusação de que Saramago parafraseia sem copiar - apresenta incômodas aproximações.
Além disso, pelo que está no blog, o desenvolvimento do tema, guardadas as perspectivas de que o texto de Saramago é mais longo, podendo ser mais bem trabalhado, é muito similar. Isso, sim, depõe mais contra o escritor lusófono.
Outro comentarista do caso sugere algo parecido com o que eu citei com Dumas, pai, ou seja, que Saramago poderia ter um grupo de "colaboradores" que trar-lhe-ia as idéias. Um desses tais sujeitos poderia ter lido o conto de Huerta Moreno e, sem que Saramago soubesse, iria colocando na "pena" deste as paráfrases.
Difícil julgar um caso desses. Não isento Saramago de culpa. Acho até que, neste caso específico, Saramago poderia abrir um pouco a "caixa preta" do seu processo criativo dessa estória. Mas o fato é que Saramago tem muito crédito. Esses dias eu estava lendo um livro de contos dele. O sujeito consegue transformar um simples cair de uma cadeira numa "epopéia" de várias páginas, onde até o cupim que corroía as "entranhas" da madeira do pé da cadeira que se quebra ganha um nome e uma personalidade. Incrível!
A propósito, o nome do livro é "Objecto quase".
Grandes abraços,
Ricardo.
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