Comecei a ler - bem devagarzinho, enquanto curto outras leituras "expresso" - "Espinosa", de Wolfgang Bartuschat, professor de Filosofia da Universidade de Hamburgo. O livro foi publicado pela Editora Artmed... que tem sido bastante feliz em suas publicações na área da Filosofia.
O livro tem uma estrutura bastante interessante. Primeiro, como deve ser sempre, posiciona a vida do autor no contexto cultural dele. Depois, trata dos primeiros escritos spinozanos, citando especificamente o Breve Tratado sobre Deus, sobre o homem e sua felicidade e o Tratado sobre a correção do intelecto. Em seguida, apresenta o sistema filosófico do luso-holandês, dividido em: pressupostos gerais, ontologia, teoria do conhecimento, doutrina dos afetos e razão e liberdade humana. Avança, então, para os temas religião e política. E conclui com um capítulo chamado "Após Espinosa".
Embora eu não concorde com uma "Nota preliminar" que consta do livro, sem dúvida, ela chama atenção para algo que os spinozanos devem refletir: a "fragmentação" do sistema spinozano para que se possa concordar com ele.
Em termos gerais, a nota diz algo como: "Espinosa é um pensador do passado... O espinosismo não marca quase nenhuma presença na discussão filosófica contemporânea... Naturalmente, tem-se como indiscutível que Espinosa foi um 'grande' pensador... por isso, poder-se-á encontrar em sua filosofia, junto a tanta coisa morta, também algo vivo. É muito fácil, porém, julgar como vivo e atualizável aquilo que, como fragmento, é destacado do contexto sistemático no qual Espinosa expôs sua filosofia - a qual deve ser compreendida justamente como uma crítica a esse procedimento de se considerar algo isoladamente".
Pensemos, então... sem, entretanto, perder de vista, que há posturas do Tratado Teológico-Político, por exemplo, que se sustentam plenamente, mesmo sem a perspectiva mais geral da Ética, que sempre vemos como pano de fundo da filosofia spinozana.
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