terça-feira, 27 de julho de 2010

Sócrates, por Kolakowski (2)

  Outro trecho interessante:
  "... o mal e o bem não são uma questão de convenção ou costume, nem mesmo uma recomendação dos deuses. O sagrado é sagrado não porque os deuses o amam; ao contrário, os deuses o veneram justamente porque é sagrado. O sagrado ou o bem é o que o é em si mesmo, independentemente da opinião dos deuses e do que possamos imaginar ou convencionamos que o seja. E saber distinguir o mal e o bem é uma questão vital".
  Kolakowski aborda a velha querela socrática contra os sofistas e da percepção destes de a ação boa - e, no final das contas, do próprio bem - ser uma mera convenção. Logo depois, ao refletir sobre o "sagrado", lembra um pouco Spinoza, quando este fala sobre a beatitude não ser o resultado das ações boas, mas, ao contrário, das ações boas serem resultado da beatitude. Por fim, a velha definição de que, para Sócrates - como para grande parte dos antigos -, a Filosofia não era apenas conjectura intelectual, mas modo de vida.
 

Nenhum comentário: