Na Introdução do livro "História & Religião", lançado agora em 2010, pela editora Autêntica, o autor Sérgio da Mata escreve: "Ante o tema 'religião' há três atitudes possíveis. A primeira é a da certeza incondicional afirmadora. Podemos ilustrá-la com o exemplo do psiquiatra suíço Carl Gustav Jung, que respondeu a alguém que havia lhe perguntado se acreditava em Deus: 'Eu não creio, eu sei'. A segunda atitude é a da certeza incondicional negadora. Nós a encontramos em Karl Marx, quando evoca os dizeres de Prometeu no prefácio de sua tese de doutorado: 'Numa palavra, eu odeio todos os deuses'. Para o jovem jurista, tal deveria ser o principal mandamento da filosofia, a sua 'sentença contra os deuses celestiais e terrestres que não reconhecem a autoconsciência do homem como a maior das divindades'. A terceira atitude é a do lírico grego Simônides, cuja pitoresca história é relatada por Cícero em seu De natura deorum. Instado pelo tirano Hierion a dizer-lhe o que seria 'Deus', Simônides pediu um dia para refletir a respeito. Quando Hierion o procurou no dia seguinte, o sábio disse-lhe que precisaria de mais dois dias. A cada nova investida, um pedido de prorrogação maior era feito. Até que o tirano, evidentemente irritado, exigiu uma explicação. Simônides disse-lhe: 'Quanto mais eu penso sobre esta questão, mais obscura ela se torna'".
Gostei!
2 comentários:
Existiria uma quarta atitude, que não consta no livro, mas que seria a da aversão à institucionalidade da religião. Como diria Rubem Alves quando fizeram a ele a pergunta "Você acredita em Deus?": "Acredito em Deus, mas não nas caricaturas que as religiões fizeram dele".
Abraços grande amigo
Caro amigo Alan:
Talvez até existam outras atitudes possíveis. Mas essas três citadas são bastantes paradigmáticas.
Sobre a opinião de Rubem Alves - de quem eu gosto muito... e que, aliás, já "frequentou" o blog -, ela é muito pertinente. Entretanto, no que mais as pessoas acreditam é nas "caricaturas de Deus", engendradas pelas diversas "religiões" - se é que elas podem realmente valer-se de um título que, inicialmente, pretenderia "religar" o homem ao divino... e não à caricatura do divino.
Abração!
Postar um comentário