segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Feliz Ano Novo, pessoal!

Hoje, escrevo apenas para desejar um Feliz Ano Novo àqueles que lêem este meu pequeno "quadro de lembretes". Que este próximo ano seja cheio de saúde e que cada um possa sentir a felicidade - muito mais como um estado de fruição constante, do que como uma colcha de retalhos de alegrias pontuais. É lógico que desejo, ao reboque disso, dinheiro, realização de desejos pessoais e harmonia em todos os ambientes.
Em resumo, que tudo o que foi bom no ano de 2008 se torne ótimo e que tudo o que foi ruim se torne bom... Mas nada de esperar, apenas, que o "destino" nos traga a "boa fortuna"; vamos continuar nos esforçando, com a nossa "virtù" - como diria Maquiavel. Rsss.

8 comentários:

Maria disse...

Tchin..tchin!!
2 horas antes dos senhores estarei a comemorar a entrada do 2009.
Que ele seja profíquo em paz , amor e harmonia para os senhores(Ricardo e Mundy) e suas famílias...o resto virá por acréscimo.
Maria

Maria disse...

Senhor Ricardo!!
Estou a ler com minha filha um texto dramático. Leitura obrigatória para o 11º ano aqui. Já o li há muitos anos. Lembro-me da história. Desta vez estou a lê-lo noutra perspectiva, não só imaginando logo o teatro em si, mas também com o enquadramento histórico feito. O livro chama-se “Frei Luís de Sousa” de Almeida Garret. . Retrata a pós batalha de Alcácer Quibir, onde nosso rei D. Sebastião morreu e com ele grande parte da nobreza.
Gostaria de lhe lembrar que durante muitos anos estivemos à espera desse rei, que embora não fosse exemplo a seguir nos tiraria do jugo dos Espanhóis. De tal maneira esperámos que vieram vários falsos Ds.Sebastiões a reclamar o trono.
Repare que o Sebastianismo é retomado por Pessoa , aliás se já leu a Mensagem verá que uma das partes é o “Encoberto”, referência a D. Sebastião. O “Encoberto” ou “ O Desejado”. Mas disso falaremos mais tarde…rs
Imagino que também Saramago rejubila com essa parte da nossa história, ele que defende uma futura união Ibérica..
Voltando a “Frei Luís de Sousa”. O livro lê-se bem e está carregado de simbolismo, como eu gosto. Vamos ver se consigo passar esse gosto a minha amada filha.
Maria

Ricardo disse...

Cara Maria, tu disseste que D. Sebastião morreu nessa luta!? Até onde sei, ele só desapareceu! Mas... esses "sumiços" misteriosos sempre forjam um mito. Dizem que Empédocles - aquele filósofo pré-socrático - teria se jogado num vulcão justamente para que seu desaparecimento fosse considerado uma prova de que era um ser especial, e não um simples homem que morre e é devorado pela terra.
Acho quase impossível que tua filha não se incline com gosto para a leitura. Afinal, tu deves despertar uma curiosidade a cada instante, gerando a necessidade de saciá-la mediante os textos. Quanto à paixão pelas artes, embora isso não seja genético, o convívio contigo gera um hábito e o "hábito é como uma segunda natureza" - acho que é de Rousseau.

Maria disse...

Senhor Ricardo!!!
Quanto mais me embrenho na obra, “Frei luís de Sousa” mais encantada fico. De facto lê-la aos 15 anos a frio, e lê-la agora com todo o manancial que temos aos quase 50 anos é…o mesmo que, para uma mulher, comparar o Brad Pitt e o Corcunda de Notre Dame.
A peça foi edificada não só em factos reais, baseada no sebastianismo ( com toda a carga que isso possa conter ) e também numa altura em que o romantismo na literatura , em Portugal, estava a despontar. Daí tratar-se de um texto dramático marcante e tocante
A peça já a lemos e imaginámos as cenas a decorrer frente aos nossos olhos, agora estamos na parte de esmiuçar a peça até ao tutano.
Ah, quanto à morte ou desaparecimento do D. Sebastião deixe-me escrever uma passagem” O corpo do rei foi encontrado no campo de batalha pelo seu “ajuda de câmara”, Sebastião de Resende, e a sua identidade foi confirmada pelos nobres que se encontravam prisioneiros de Mulai Ahmed, o novo Xerife de Fez. Foi, aliás , sobre directrizes de Mulai Ahmed que Belchior Amaral acompanhou o corpo do rei até Alcácer Quibir, onde foi enterrado, tendo sido, posteriormente, transladado para o mosteiro dos Jerónimos , a pedido de Filipe II(I de Portugal), em 1582”.
Maria

Maria disse...

Senhor Ricardo!!
Olhe a pérola que encontrei, quando procurava algo para minha filha.
Vai transcrito, ok?

"Segundo Mário Saraiva, a corte filipina chegou a intervir no sentido de os portugueses perderam a batalha de Alcácer Quibir, tentando matar D. Sebastião quando este pelejava em Marrocos. A cilada montada por Espanha não resultou e o rei refugiou-se num ermitério, após a batalha. Quando se apercebeu que tinha sido destronado, apelou ao Vaticano e fugiu para Vicenza, de onde foi expulso em 16 de Dezembro de 1600. Posteriormente, alojou-se em Nápoles, onde foi acolhido pelo conde de Lemos.

Sem dúvida uma versão fascinante, que vem pôr em causa as teses que até agora vigoraram.

De acordo com a investigação de Mário Saraiva, a prova está numa directiva do Papa Urbano VIII, de 20 de Outubro de 1630, onde se pode ler: «Fazemos saber que por parte do nosso filho D. Sebastião, rei de Portugal, nos foram apresentadas pessoalmente no Castelo de Santo Ângelo duas sentenças de Clemente VIII e Paulo V, nossos antecessores (...), em que constava estar justificado largamente ser o próprio rei e nesta conformidade estava sentenciado para lhe largar (o trono) Filipe III, rei de Espanha, ao que (este) não quis nunca satisfazer, pedindo-nos agora (que) tornássemos a examinar os processos (...)» (excertos transcritos pelo Jornal Público. Lisboa, 1 de Dezembro de 1996, p. 27)."

Como já o conheço um pouquinho e sei o quanto gosta de mergulhar em vários assuntos vai aí o endereço onde pode não só ler o que esse Mário Saraiva (que até onde sei não era propriamente um historiador mas um estudioso do sebastianismo e do nosso Pessoa), mas também mais informação sobre a peça "Frei Luis de Sousa". Acho que um dia o senhor ainda vai gostar de teatro...rs
Maria

Ricardo disse...

Primeiramente, tu disseste que irias registrar o endereço para que eu desse aquela "olhadinha" no texto do Mário Saraiva, mas não o fizeste.
Sobre essa pesquisa... então, é possível que D. Sebastião não tenha mesmo morrido! Mas não é estranho que os papas Clemente VIII e Paulo V não tivessem atendido ao pedido de D. Sebastião, de interferência junto ao rei da Espanha?

Maria disse...

Pois é...esqueci mesmo...enfim, cada dia mais distraída. Lá vai agora.
http://projectoviarapida.wikispaces.com/%C2%ABFrei+Lu%C3%ADs+de+Sousa%C2%BB+-+Almeida+Garrett?f=print
Tem coisas bastante interessantes, ...pelo menos para mim...rs
Aqui são horas de ir para a escola mas lá fora está um manto branco de gelo. As temperaturas têm atingido valores negativos. Nem apetece sair da cama.
Um abraço
Maria

Maria disse...

Por vezes faz-se luz aqui...rs. Hoje, logo pela manhãzinha fui ler parte da interpretação da obra de "Frei Luis de Sousa", olhei para o endereço e pensei que poderia lá encontrar algo sobre "Os Maias", próximo livro a ser lido(vamos começar a lê-lo juntas hoje). Retirei parte do endereço e lá está, pena não existir uma interpretação da obra mas...está lá uma interpretação da "Mensagem", melhor só uma interpretação exaustiva de toda a obra de Pessoa. Já ganhei o meu dia...rs
Ora experimente lá o senhor-http://projectoviarapida.wikispaces.com
Tena um óptimo fim de semana.
Maria