A revista "Ciência & Vida - Filosofia" publicou, em seu último número, o artigo "Férias na Casa do Saber", onde descrevia alguns dos cursos ocorridos na Lagoa nos meses de janeiro e fevereiro. Um dos cursos citados, em destaque até, foi "Convite à Filosofia", ministrado por Alexandre Costa. Este curso, aliás, eu fiz. O professor Alexandre Costa é autor de "Heráclito - fragmentos contextualizados", que eu já tinha lido... e fiz questão de ter uma dedicatória autografada em meu exemplar. Além da simpatia, Alexandre tem muita competência filosófica em relação à Filosofia Antiga.
Vale a pena ficar de olho nos seus cursos, como o que ele já está ministrando sobre a ética da felicidade, baseada em Aristóteles, na Casa do Saber da Barra.
Mudando... mas ficando ainda na Casa do Saber.
Foi ótima a primeira aula do curso "Homem? Um problema para todos os tempos", que faço agora. A aula tratava dos pontos de vista de Nietzsche e Freud, sobre o homem. O professor Rafael Haddock Lobo falou do "inigualável" e polêmico Nietzsche; iniciou sua preleção sobre o pensador Freud e introduziu uma amiga sua, psicanalista, para completar a visão sobre este. As trocas foram incríveis! A Sra. Ana, amiga do professor, mostrou como a aproximação que se faz de Freud à Filosofia é passível de ser criticada.
Como não poderia deixar de ser, registrei minha paixão por quem considero o verdadeiro precursor da ideia de inconsciente em Freud, nosso querido Spinoza. A sua ideia das paixões que não podem ser tratadas com a mesma lógica da razão, por pertencerem a um "sistema" diferente, e sua percepção da inexistência do livre-arbítrio, porque não somos totalmente "razão" (sistema consciente), havendo coisas que "escolhemos" antes mesmo de "pensarmos em escolher", parecem-me totalmente compatíveis - e incrivelmente antecipadoras - com as ideias de Freud.
Portanto, ao invés de fazer o "exame de DNA" das ideias freudianas, procurando a paternidade em Nietzsche ou em Schopenhauer - pais que Freud renegou -, eu aposto que o "filho" é de Spinoza.
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