quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Olympia, de Manet

  Todos que leem o blog há algum tempo sabem que aprecio muito o movimento do Impressionismo. Por esses dias, O Globo publicou uma coluna do Cacá Diegues que contava a história do quadro Olympia, de Edouard Manet - embora esta história tenha servido apenas de introdução ao ponto de vista do cineasta sobre a participação de artistas no cenário político brasileiro.
  Pela curiosidade da história, deixo a parte política de fora, e passo a um excerto apenas do trecho que diz respeito à pintura.
  "Em 1865, o quadro Olympia foi recusado pelo Salão de Belas Artes de Paris. Exposto no Salão dos Recusados, provocou escândalo. O quadro retrata uma mulher nua deitada, enquanto uma criada negra lhe traz flores e um gato preto, aos pés da moça, nos encara. Atentado à boa pintura neoclássica, Olympia foi acusado também de indecente. Paris inteira linchava Olympia.
  Somente o escritor e jornalista Émile Zola ousou defender publicamente o pintor e sua obra. Zola só lamentava a presença do gato preto, que, segundo ele, servia apenas como elemento de distração no rigor poético da composição. Como Zola se recusou a atender pedido de retratação do editor do jornal, este despediu o escritor e as portas de todos os jornais se fecharam para ele. Manet, como agradecimento por seu gesto, pintou-lhe então um retrato - que se encontra atualmente exposto ao lado de Olympia. Nesse quadro, Zola está escrevendo, cercado de livros, e na parede está exposta uma reprodução do Olympia, sem o gato preto no canto da tela".
  Deixando a parte histórica, passo a uma reflexão interessante, que utiliza Zola como exemplo. Escreve Cacá: "De Émile Zola a Susan Sontag (que teve a ousadia de explicar ao americano comum o que ele não havia entendido do 11 de setembro), muitos desses intelectuais não arriscaram apenas seu reconhecimento, mas, às vezes, a própria vida no cumprimento da missão de pensar o mundo e o estado das coisas segundo sua própria consciência, conhecimento e intuição, sem se submeter à palavra de ordem majoritária de grupos, partidos ou corporações".
  Boa, Cacá!!!
 
 
   

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