Outro livro que estou lendo agora é "Nos labirintos da moral", um diálogo entre nosso professor Mário Sérgio Cortella e Yves de La Taille - professor francês que vive no Brasil há muitos anos.
Este livro, como o mencionado no post anterior, também é pequeno - pouco mais de cem páginas -, mas tem a grande qualidade de discutir a moral de uma forma bem concreta e bem "encaixada" na nossa realidade contemporânea.
Outro livro a respeito do qual pretendo lançar alguns post em breve.
Logo de início, entretanto, gostaria de registrar um dado, citado no livro, que me assustou um pouco.
Em determinado momento do diálogo, cita-se o livro "O suicídio", de Durkheim, para dizer que "não é a miséria que leva ao suicídio, não são nem o alcoolismo nem a aflição, é sentir-se fora do mundo, sentir-se num mundo... sem sentido". Até aqui, parece-me um diagnóstico perfeito. Entretanto, o que me assustou foi uma estatística apresentada por Yves de La Taille, com base em dados da Organização Mundial da Saúde, do ano de 2000, sobre os fatores que ocasionaram mais mortes no mundo. Yves explica que foram estabelecidas várias categorias, mas se põe a analisar três, especificamente: suicídios, crimes (assassinatos) e guerras.
Os números que ele revela são de "cair o queixo"! Diz ele: "O que mais mata no mundo, hoje, é o suicídio. Foram 815 mil suicídios, naquele ano, contra 520 mil mortes ocasionadas por crimes e 310 mil em guerras". Ele constata - e isso me "arrepiou" - que seria necessário, praticamente, somar mortes por crimes e em guerras para que o número se igualasse ao das mortes por suicídio.
É verdade que ele destaca a regionalização das categorias de morte mais relevantes. Assim, no Iraque, por exemplo, a mais presente é a categoria "mortes em guerras"; enquanto no Rio de Janeiro, por exemplo, seria a "mortes por crimes", e no Hemisfério Norte estaria concentrada a categoria "mortes por suicídio"... logo lá, onde a "cultura costuma ser considerada como a mais avançada e a mais desejável do mundo ocidental".
Mesmo reconhecendo essa regionalização, não consigo perceber a realidade de um número tão enorme assim! E mais... em sendo corretos esses dados, constata-se quão grande é o número de pessoas que sentem que o mundo perdeu o sentido... ou que elas perderam o sentido no mundo.
Apavorante!
Um comentário:
Olá Spinoza estarei te seguindo. A respeito do suicídio gosto mto do livro que de James Hillman, sendo que entrei no seu blog pelo tema do filosofo Mario Sergio Cortella.
O autor faz faz uma análise de questões centrais da existência que levam ao suicídio, como o ódio ao corpo, o sado-masoquismo, a chantagem, a vingança, a agressão. Mas tb lembra: o suicídio não deve ser apenas visto como uma saída da vida, mas como uma entrada na alma. Obrigada pela dica deste Livro do Filósofo Mario vou comprá-lo depois. Abraço Cynthia.
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