terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Montaigne e Bergson

  Montaigne, em um dos artigos de seus "Ensaios", já antecipara Bergson em relação à fluidez da realidade e à tentativa da razão de "petrificá-la" para poder conhecê-la. Escreveu: "Assim, estando todas as coisas sujeitas a transformações constantes, a razão, buscando nelas uma real subsistência, se decepciona, não podendo nada apreender na sua busca, nada de subsistente e permanente".
  Ao contrário de Bergson, entretanto, que, primeiro, achava que a razão conseguia, artificialmente, "congelar" esse caudal real a fim de lidar com ele, e, depois, que haveria um acesso possível à realidade móvel, através da intuição, Montaigne se contentou em diagnosticar a decepção da razão frente à impossibilidade de apreender a realidade.

2 comentários:

Prof. Guilherme Fauque disse...

Bergson é um autor que acho fantástico! Ainda quero ler melhor e com mais calma.

Ricardo disse...

Amigo Guilherme:
Eu "esbarrei" com o Bergson mais por influência do amigo Existenz. Pela pouca leitura que tenho dele, dá para perceber que era um pensador profundo. Acho que para nós, spinozanos, os temas intuição e duração são muito importantes de serem aprofundados valendo-nos do francês.
Quem sabe, no futuro, possamos pensar nisso juntos?!
Abração.