quinta-feira, 28 de maio de 2009

"Causos" filosóficos sobre casamentos

Na aula sobre Descartes, uma senhora perguntou se o filósofo francês era casado. A partir da resposta negativa, ela disse "Esses filósofos gastavam tanto tempo pensando que nem podiam casar". Ela não estava de todo errada. Afinal, o próprio Spinoza, depois de uma suposta paixão pela senhorita Clara Maria Van den Ende, afirmou que um casamento, principalmente com filhos, atrapalharia sua condição ideal para pensar.
Mas há mais casos curiosos na Filosofia sobre casamento.
Sócrates é um dos quais a esposa é tida como uma das maiores responsáveis pela filosofia do marido. Afinal, conta-se, Xantipa era tão "insuportável", que ele preferia ficar pelas ruas refletindo sobre tudo do que ficar em casa com ela.
Na época da Filosofia Medieval, temos o triste evento de Pedro Abelardo, que apaixonado, casou-se e... foi emasculado pelo tio da moça. Esse deveria ter pensado como Spinoza!
Ainda nessa época, temos os diversos pensadores de batina, que obviamente não podiam se casar. Embora eu não saiba se levavam isso tão a sério.
Descartes é um caso especial. Apesar de manter relacionamento com uma mulher que lhe deu uma amadíssima filha - que infelizmente faleceu ainda criança -, não pôde assumir essa relação por conta do desnível social entre ele e a mulher, que era uma espécie de empregada doméstica.
Sobre Kant, não há o que dizer, em relação ao casamento. Afinal, comenta-se que o homem morreu virgem!
Nietzsche não casou - apesar de apaixonado por Lou Salomé -, o que lhe causou muitos transtornos afetivos.
Heidegger e Hannah Arendt - um, iludido inicialmente pelo nazismo; a outra, judia - formavam um belo casal. Mas, como ele já era casado e ela fugiu da Alemanha, não puderam contrair matrimônio.
Sartre e Simone de Beauvoir eram um-tanto-quanto-casados... se bem que o fato de ela arranjar um "terceiro elemento" feminino, diferente de uma filha, para "acalorar" a relação, não soa muito "maritalmente correto".
Temos Michel Foucault. Mas, desse, também não dá para falar exatamente em casamento. Afinal, ele se separou do seu marido, por ciúmes excessivos desse último. Se bem que viveu com um outro marido por mais de vinte anos. Sei lá se esse deveria contar como casamento...
Nem vou falar do Louis Althousser, que enforcou a esposa e a deixou em baixo do sofá da sala.
Caracas... será que meu casamento resiste à faculdade de Filosofia?

4 comentários:

Deia Mundy disse...

Gostei muito das histórias (ainda não entendo o novo estória) sobre os casamentos ou não casamentos dos filósofos, confesso que até achei umas engraçadas.

Seu casamento resistirá sim querido amigo, afinal vc tem uma maravilhosa esposa. Aproveito para mandar um beijo.

Ricardo disse...

Deia:
Obrigado pelos beijos, eles serão transmitidos.
Quanto às estórias, elas mostram que não era fácil filosofar - acho que hoje já não seja tão ruim assim - e manter-se um cônjuge tão "disponível". Obviamente, há várias profissões que demandam muita compreensão do companheiro(a).
Num dos cursos que eu fiz, o professor - de quem eu, respeitosamente, omito o nome - disse que, quando encontra os amigos filósofos, liga para a esposa dizendo: "Não precisa me esperar!".
Se ele faz isso só para beber umas cervejas a mais, eu não sei, mas não foi o que deu a entender. Rsss.
Quanto à Nádia, realmente ela é uma ótima companheira. Tenho certeza que entenderá meus encontros imaginários com Spinoza e seus amigos, e os reais com os meus amigos - sem Spinoza. Rsss.

mundy disse...

Bem meu Amigo depois de longo afastamento eis que retorno a sua coluna, bem comecei esta semana a tomar alguns fitoterapicos, olha o impressionante é que em sua formula contem 30% de brandy, então tenho ficado umpouco grogue sem tomar uma cerveja, hehehehehehehehehee, brincadeira a dose freceitada é muito pouca para me tornar grogue, mas nao sabia que a formula do medicamento continha uma especie de bebida para conservação do produto em si, ademais, sigo na minha rotina de 2009, tentando me encontrar, voltara produzir, e confesso que ando um pouco intolerante a manter minha rotina de visitas surpresas ao amigo, pois nao fico a vontade de sempre procurar , parece que estou tomando tempo, atrapalhando as rotinas do amigo, entao fico e restou recolhido a minha divagação solitária por Maricá, sem ter muito sentido e vontade de rir, processo muito amargo por qual passo e que naõ tenho nem vontade mais de covencer as pessoas de que preciso da companhia de algumas e afastamento de outras, mas vida que segue, esperando que realmente as coisas passem a acontecer, chegando meu aniversario e me sentindo muito solitário, sem culpar ninguem sobre minha solidao, pois é culpa se caso houver simplesmente minha, mas tá tudo certo, obstante esteja tudo errado.
Abraços
Mundy

Ricardo disse...

Compadre:
Eu já conhecia essa estória de conservação em Brandy, por conta da minha pequena. Pois quando o tal floral é para crianças, ele é diluído em água.
Sobre os nossos encontros, você bem sabe que não incomoda nunca. Só que, no momento, eu também tendo voltado à rotina, ficamos mais restritos.
Fico preocupado com o "tempo" do tal "processo" pelo qual passa. Afinal, ele não está muito longo?
Além disso, se alguém não me contasse que está acontecendo esse "processo de mudança", eu diria que o seu discurso está completamente igual ao de tempos atrás.
Sei lá... Pode ser só impressão errada minha. Aliás, tomara que seja. Pois, se não for, acho que o método escolhido para conduzir o tal processo não está lá muito correto.
De qualquer forma, seja benvindo... de novo. Rsss