terça-feira, 5 de maio de 2009

Foucault e Derrida

Ontem, tive a última aula do curso "O homem - um problema para todos os tempos". O assunto do professor Rafael Haddock-Lobo foi a abordagem de Foucault e Derrida sobre o ser humano.
Eu, particularmente, não conhecia quase nada desses pensadores. Por esse motivo, já imaginava que fosse me colocar como mero ouvinte... uma espécie de esponja, absorvendo cada "migalha" de informação, sem o mínimo senso crítico. Não foi muito diferente disso, mas ainda consegui construir algumas "pontes" com outros pensadores que conhecia um pouco mais, o que possibilitou um mínimo de crítica ao que recebia.
O que me chamou atenção, entretanto, foi a disposição dos ouvintes em geral, que tiveram um comportamento bem parecido com o meu. Fiquei refletindo, então, se já houve um afastamento temporal suficiente para absorção das ideias de pensadores tão próximos de nós, a ponto de eles já terem sido "digeridos" pelos críticos filosóficos e "repassados" para os não-filósofos - como nós, que assistiamos à aula.
Pelo meu desconhecimento prévio, pelo pensamento intricado de ambos e, talvez, também por uma recusa à sistematização nos seus pensamentos, fiquei com a impressão de ter sido simplesmente apresentado aos dois, depois de algumas horas de aula... algo como aquela apresentação em festas, onde se diz "Esse é o fulano-de-tal; ele faz isso e isso! Você sabia que ele tem até um livro, onde fala sobre tal assunto?". E nós "Ah, é?! Que interessante!". Trocam-se algumas palavras sobre o pensamento e depois se fala "Nossa! Que vinho gostoso! Será que é francês ou chileno?".
De qualquer forma, abriu-se uma porta para um pensamento novo. Para quem vê na ética a veia principal a alimentar o corpo filosófico, acho que é uma boa pedida estudar esses que pensaram a importância do outro - como Levinás, Arendt, Foucault e Derrida.
Eu já estou fazendo esse movimento, mas ainda de forma muito lenta, enquanto ainda enfatizo a fase anterior a essa, marcadamente com Heidegger.
Por falar em Heidegger e ética... quero dizer que não deixei passar em branco a "provocação" do Júlio sobre um "resumo" da ética spinozana. Espere aí, que eu faço um post sobre isso.

2 comentários:

Clara Maria disse...

Caraças!!!
OLhei para o início da mensagem e mais parecia o início de uma das dramatizações que apresentei hoje sobre a Anne Frank" Terça feira, 5 de Maio de..." Era mais ou menos assim que começava, com o pai da Anne, único sobrevivente, a ler o diário da filha...muito emocionante. Mesmo agora, volvidos muitos ensaios, me comove. Assim como tb me continua a tocar uma outra damatização, que também os garotos apresentaram hoje, sobre o amor de Pedro e Inês.
Como vê, senhor Ricardo, as coisas aqui estão ao rubro. Descansar ??!! O que é isso?! Sexta feira terei mais 3 apresentações de outros trabalhos, desta vez sobre outros temas da História e dia 28 e 29 deste mês a apoteose, a apresentação do teatro anual, que todos os anos me rouba horas de sono e de tranquilidade. De qualquer forma o prazer que dá criar é ...avassalador.
Preciso ir.
Maria

Ricardo disse...

Querida amiga Clara Maria:
Sei o quanto te entregas à preparação das peças teatrais dos teus alunos. Portanto, imagino o cansaço em que andas.
Sobre Pedro e Inês, tu sabes que há até um vinho encomendado em função desse lindo amor dos dois?
Sobre as últimas aulas do meu curso, imagino que gostarias de acompanhá-las, pela preocupação que estes filósofos têm com "o Outro".
Sucesso - para não dizer "M..." - no teu teatro e, posteriormente, bom descanso! Rsss