Eu escrevi, há poucos dias, sobre a opinião do professor Fernando Muniz de que Nietzsche teria interpretado mal Sócrates, ao indicá-lo como o iniciador de uma tradição que separava a vida prática do pensamento teórico. Minha opinião é a mesma. Acho que, se alguém tem que ser acusado disso, esse alguém seria Platão - em sua fase madura, portanto já um pouco mais afastado do pensamento socrático mais "puro".
O fato é que, por esses dias, lendo sobre Sócrates, em "Introdução à Filosofia", organizado por Susana de Castro, vejo meu ponto de vista - e o de Fernando Muniz - corroborado, quando ela afirma: "Não devemos atribuir a Sócrates a teoria platônica das ideias; sua filosofia era uma filosofia da imanência, voltada, nos moldes sofísticos, para uma investigação do ser humano concreto, dos indivíduos, seus anseios e perspectivas. Propunha em seus ensinamentos indicar a melhor forma de cada jovem direcionar sua vida de maneira satisfatória. TEORIA E VIDA NÃO SE SEPARAM PARA SÓCRATES". (GRIFO MEU)
Portanto, se nosso querido Nietzsche fosse mais contemporâneo do que extemporâneo, podendo assistir às aulas de Fernando Muniz e ler esse livro, publicado pela Editora Vozes, teria evitado cometer uma injustiça contra a "Mosca de Atenas", o nosso querido Sócrates.
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