Paramos na Substância...
Spinoza afirma que a Substância se estende como fundamento de tudo. Não há algo que seja "não-Substância". Ou seja, apesar de uma aproximação que já fiz do "Ser" de Heidegger com a "Substância" de Spinoza, não há algo que não seja "fundado" na "Substância". Portanto, não há o "Nada", ou o "Não-Ser", se aproximarmos os dois pensamentos. Isto é, mesmo não havendo o "ente", a "Substância" está lá.
Essa "totalização" do conceito da Substância exige que ela seja única e infinita. Não há mais de uma substância - como pensava Descartes, com suas res cogitans, res extensa e Deus - e nem há limites para a Substância spinozana.
O interessante é que, se existem corpos materiais e imateriais, tem que haver algo na Substância que responda pela "produção" desses tipos de "entidades". Esse "algo" são "propriedades". Há um ato "subversivo" de Spinoza, aqui: ele coloca a propriedade "Extensão" na Substância. É como se ele dissesse que Deus é corpóreo, entre outras propriedades que tem. Xiii... que confusão que você aprontou, hein, Spinoza!
Aqui, começamos a perceber uma diferença fundamental em Spinoza e nos outros "modernos". Se há um "substrato" comum entre as propriedades "extensão" e "pensamento", a "comunicação" entre essas propriedades pode se dar justamente através desse nível de existência.
Só para pensar. Podemos, então, dizer que mente e corpo estão no mesmo nível de importância.
E fechamos este post...
Um comentário:
Ricardo, estou vendo que vc levou a sério sua promessa. Continuo acompanhando empolgado a rota rumo à ética spinozana.
SDS.
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