Concluí a parte referente a Heidegger no livro de Julio Cabrera.
A metodologia de exposição do autor é a seguinte: uma pequena introdução ao pensamento do filósofo; uma explanação sobre os conceitos-imagem que aparecem em diversos filmes, que podem ser pensados sob o enfoque daquele filósofo; uma parte biográfica e uma coletânea de trechos de escritos do próprio filósofo.
Só como referência inicial, visto que penso que há espaço para alguns posts sobre Heidegger, destaco uma opinião de Julio Cabrera, que, apesar de bastante simpático ao pensador alemão, diz: "É lamentável que Heidegger tenha depreciado tanto o cinema, vendo-o somente como um produto técnico de 'esquecimento do ser', sem jamais reconhecer sua enorme capacidade de 'desvelar o ser do ente', como reconheceu na poesia".
Concordo com Cabrera. Vários tipos de linguagem, penso, podem servir tanto ao filosofar quanto ao palavrório. Por exemplo, nem toda a poesia é como a de Hölderlin - que Heidegger tanto destaca -, permitindo um acesso especial ao Ser. Há, certamente, poesias "descomprometidas" com esse resultado, ou até inadequadas para alcançá-lo. Desta forma, imagino que o cinema possa servir como mero entretenimento, guiado única e exclusivamente pela "técnica", mas também, em outros casos, como um acesso privilegiado à experiência do Ser. E isso vale também, segundo meu entendimento, para diversas "mídias de massa", ou "tipos de linguagem".
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