Se o dito popular "Dinheiro chama dinheiro" é verdadeiro, deve haver alguma validade em "Inteligência chama inteligência".
O posfácio do livro "Homens em tempos sombrios", registra o tempo do primeiro casamento de Hannah Arendt, com Günther Anders, que começou em 1929 e de quem ela se separou em 1936, que era "um intelectual de talento que se doutorou com Husserl e cujos projetos de carreira universitária, em Frankfurt, esbarraram na má vontade de Adorno". Celso Lafer fala do círculo de amigos de Günther, em Berlim, "integrado por artistas, jornalistas e intelectuais, que gravitavam em torno do Partido Comunista".
Vejamos a "galera": "Günther Anders era primo distante de Walter Benjamin e o casal intensificou relações quando já tinham saído da Alemanha e viviam todos em Paris. Anders apresentou Hannah Arendt a Brecht e a Arnold Zweig, e o casal, graças à amizade com Raymond Aaron, frequentou os célebres seminários de Alexandre Kojève sobre Hegel na École de Hautes Études, onde conheceram Sartre, de quem nunca foram próximos, e Alexandre Koyré, que posteriormente tornou-se grande amigo de Hannah Arendt".
Imaginem Hannah Arendt; o próprio marido dela, doutorado junto com Husserl; Arnold Zweig; Raymond Aaron; Alexandre Kojève, Sartre e Alexandre Koyré!!!!!
Para completar, ainda há os encontros do grupo de estudos marxistas, em 1936, que contava, por exemplo, com Erich Cohn-Bendit - pai do Daniel Cohn-Bendit... aquele dos movimentos estudantis de maio de 1968, em Paris -, o psicanalista Fritz Fränkel, o pintor Karl Hendenrich e Heinrich Blücher (seu futuro segundo marido).
Desse segundo grupo, confesso, só conheço o Cohn-Bendit, mesmo assim, por causa do seu rebelde filho.
Aliás, vale registrar que, em 27 de junho de 1968, Arendt escreve carta ao jovem Cohn-Bendit dizendo que seu pai teria visto com satisfação as atividades do rapaz e oferecendo-lhe, caso necessitasse, auxílio e dinheiro.
Ou seja... "inteligência chama inteligência"!
Nenhum comentário:
Postar um comentário