quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Mais alguns aforismos pessoanos

Para quem gostou, aí vão mais alguns aforismos do Fernando Pessoa:
- "Que tragédia não acreditar na perfectibilidade humana!... E que tragédia acreditar nela!";
- "Cansa tanto viver! Se houvesse outro modo de vida!...";
- "A vida é cousa tão séria, os seus problemas são tão graves, que a ninguém assiste o direito de rir. Quem ri é estúpido - de momento, pelo menos. A alegria é a forma comunicativa da estupidez.";
- "Torturamos os nossos irmãos homens com o ódio, o rancor, a maldade e depois dizemos 'o mundo é mau'.";
- "Não haja medo que a sociedade se desmorone sob um excesso de altruísmo. Não há perigo desse excesso.";
Caramba! Pessoa andava meio pessimista quando escreveu esses aforismos anteriores.
Continuando...
- "A coragem que vence o medo tem mais elementos de grandeza que aquela que o não tem. Uma começa interiormente; outra é puramente exterior. A última faz frente ao perigo; a primeira faz frente, antes de tudo, ao próprio temor dentro da sua alma.";
- "Nunca tive dinheiro para poder ter tédio à vontade.";
- "Pertenço a uma geração - supondo que essa geração seja mais pessoas que eu - que perdeu por igual a fé nos deuses das religiões antigas e a fé nos deuses das irreligiões modernas. Não posso aceitar Jeová, nem a humanidade. Cristo e o progresso são para mim mitos de mesmo mundo. Não creio na Virgem Maria nem na electricidade." 
- "O que há de bom ou mau em qualquer crença é o modo como se crê. O bem ou o mal estão no psiquismo do crente, não na crença.";
- "O agnosticismo puro é impossível. O único agnosticismo verdadeiro é a ignorância. Porque para nos radicarmos no agnosticismo é-nos preciso um argumento para nos persuadir que a razão tem certos limites. - Ora quem observa pode parar; quem raciocina não pode parar. Portanto quando pelo raciocínio havemos provado a limitação ou a não-limitação destas e daquelas faculdades, não podemos dizer: 'paremos aqui' mas devemos seguir no raciocínio e tirar dessa limitação ou não-limitação as consequências deduzíveis. Assim fazem todos os 'agnósticos' consciente ou inconscientemente".
Depois posto outros.

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