sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Hannah Arendt e o feminismo

O posicionamento de Arendt quanto ao "feminismo" era um tanto heterodoxo... mas, a meu ver, correto.
Conta-nos Celso Lafer que: "Já em 1931, com 26 anos, portanto, ela havia escrito uma longa resenha do livro de Alice Rühle-Gerstel, O problema contemporâneo da mulher, na qual questionava a validade de um movimento isolado de mulheres, da mesma forma como duvidava da sabedoria política de um movimento só de jovens. O que Hannah Arendt consistentemente quis, das mulheres, era uma atenção às discriminações políticas e jurídicas que enfrentavam que fosse suficientemente abrangente, para inserir os problemas políticos e jurídicos da condição feminina no contexto mais amplo dos grupos sociais aos quais a igualdade era denegada".
Por motivo parecido, já questionei as quotas raciais. Ou seja, se há grupos desfavorecidos mais abrangentes, no caso que mencionei, o das pessoas que, por razões econômicas, só podem frequentar escolas públicas, não há porque preocupar-se exclusivamente com a categoria menos abrangente, no exemplo anterior, a dos negros. Mais importante, penso, seria um movimento que reintegrasse as pessoas do grupo "maior", dentre os quais estariam negros, índios, etc.
No caso de Arendt, mais importante do que combater discriminações quanto ao sexo - que, de certa forma, estariam ratificando a diferenciação imaginada - seria atacar a distinção que se faz por quaisquer fatores, lutando para que legalmente essas discriminações se tornassem vazias, impensáveis e irrealizáveis.
Essa Arendt era demais!

2 comentários:

Nonato Nogueira disse...

Caro, Ricardo!
Sobre o livro de Filosofia do ensino Médio, entre em contato com a Editora Edjovem em Fortaleza.
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Ricardo disse...

Muito agradecido pela referência, Nonato. E, novamente, parabéns pela série de livros do sexto ao nono anos.