Disse Fernando Pessoa:
"Um indivíduo qualquer, desconhecedor do que seja o cálculo diferencial, não diz, ao folhear um livro sobre o assunto: 'Isto é incompreensível!', ou, 'Este homem não sabe o que diz!'; diz, simplesmente: 'Não compreendo isto'. Mas o mesmo indivíduo, se for também desconhecedor de Metafísica, já vulgarmente não diz, ao folhear um livro sobre esse assunto: 'Não compreendo isto'; a sua tendência é para dizer: 'Que confuso que é este homem!', ou, 'Isto é incompreensível'."
Será que Kant tinha razão em achar que o homem tende a desligar-se do empírico rumo ao não-sensível? E, se essa tendência for real, será que este homem julga que teria efetivamente que "compreender" tratados metafísicos, e, não os compreendendo, deduz que eles é que são "confusos"? Parece que Pessoa pensava que sim.
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