sábado, 6 de junho de 2009

Villas-Boas Corrêa

Dia desses, estive presente à uma homenagem prestada ao jornalista Villas-Boas Corrêa, que escreve no Jornal do Brasil. Foi uma aula sobre a recente História do Brasil.
O que mais me impressionou foram os comentários sobre a política da época do Rio de Janeiro como capital da República... e a triste comparação com o que vemos hoje, com Brasília como capital.
Villas-Boas contou que, na época do Congresso Nacional instalado no Rio de Janeiro, tínhamos cerca de duzentos deputados, dos quais se sabia que três não eram pessoas dignas. Três?!?! Pasmem! Isso é menos de 2%! Se fizermos a estatística de hoje, os 2% - se tivermos sorte - serão os dignos.
Continuando...
Contou também que os deputados eram profissionais liberais comuns, a maioria deles não tinha nem carro próprio. Sua dedicação à política era por paixão, como acontece com muitos outros profissionais de todas as áreas, que mesmo remunerados aquém do valor do serviço que prestam continuam envidando esforços para realizarem um trabalho que frutifique.
Comparados aos "milionários" deputados de hoje, como lembrou o jornalista, eles eram "pobretões". Villas-Boas contou que a maioria ficava no próprio Rio de Janeiro - apesar de serem representantes de diversos Estados -, instalada em hotéis humildes, próximos ao Centro da cidade, com suas esposas.
Ou seja, essa estória de que é absolutamente necessário o número enorme de passagens aéreas para os gabinetes atuais, chegando alguns a dizer que, caso isso seja cortado, seus casamentos estarão em risco, é absolutamente ridícula. E eu nem vou lembrar que estamos em tempos de internet, que aproxima muito os políticos de suas localidades de origem.
Outra coisa destacada pelo jornalista é que, ao contrário da semana de três dias do Congresso atual, os parlamentares trabalhavam de segunda a sexta e, quando havia matérias importantes, excepcionalmente havia sessões aos sábados. É, gente, aos sábados!
A nota triste é que, durante seu discurso, Villas-Boas disse algo que eu penso também - aliás, penso sobre a política brasileira atual e sobre o estado de violência que reina no Rio -, que é o fato de ele não ver uma solução para esse tipo de problema.
Enfim... só acertando o compasso do voto é que poderemos ter políticos melhores. Mas, para isso, só tendo um povo que vote melhor. Só que, como os maus políticos favorecem os maus eleitores e os maus eleitores escolhem os maus políticos, vamos ficamos num círculo vicioso.
Mas, quem sabe, a educação pode mudar isso... uma educação de verdade, é claro! Uma educação interessada em tirar o homem de sua "imaturidade de cidadania".

Um comentário:

Deia Mundy disse...

Amigo sempre pensei no futuro da educação confesso que me pego muitas vezes preocupada. Mas não deixo minha fé de um país com uma melhor educação desanimar.