Tenho pesquisado um pouco sobre esse pensador francês nascido do século XVIII. Infelizmente, as fontes são poucas, em relação às que encontramos sobre outros pensadores.
Chamou-me a atenção sua passagem do cristianismo para o deísmo e desse para o materialismo... outros falam em panteísmo e até ateísmo. Lembraram de alguém?
Por enquanto, queria registrar algumas boas frases dele:
"A ignorância não fica tão distante da verdade quanto o preconceito.";
"É fácil criticar corretamente; e difícil executar mediocremente.";
"Ter escravos não é nada, mas o que se torna intolerável é ter escravos chamando-lhes cidadãos.";
"Perguntaram um dia a alguém se havia ateus verdadeiros. Você acredita, respondeu ele, que haja cristãos verdadeiros?";
"A voz da consciência e da honra é bem fraca quando as tripas gritam.";
"E por que punir o culpado quando não resulta quaisquer vantagem do seu castigo?";
"A razão sem paixões seria quase um rei sem súditos.";
"Clama-se incessantemente contra as paixões; imputam-se-lhes todos os males do homem, esquecendo que elas são também a fonte de todos os seus prazeres.";
"Apenas há um dever, o de sermos felizes.";
"Um única demonstração impressiona-me mais do que cinquenta fatos.";
"Nem que seja para fazer alfinetes, o entusiasmo é indispensável para sermos bons no nosso ofício.";
"As coisas de que mais se fala entre os homens são quase sempre aquelas de que menos se sabe.";
"A paixão destrói mais preconceitos do que a filosofia.";
"A superstição ofende mais a Deus do que o ateísmo."; e
"O dinheiro dos tolos é o patrimônio dos espertos."
Certamente, depois voltaremos a ele.
3 comentários:
"A superstição ofende mais a Deus do que o ateísmo."
Tem certeza que não é Espinosa?? rsrsrsrsrs - Brincadeira.
Nunca li nada de Denis Diderot, vai ser legal conhecer um pouco ;)
Guilherme:
Você apontou bem a possibilidade de confusão quanto a autoria da frase em questão. É verdade: Spinoza poderia tê-la escrito.
Aliás, outras poderiam seguir o mesmo caminho, como "A ignorância não fica tão distante da verdade quanto o preconceito" e "A razão sem paixões seria quase um rei sem súditos". Nesta última, porém, teríamos que ler o "paixões" como "emoções", talvez.
Pelo que entendi, Diderot estabeleceu um aprofundamento da leitura de Spinoza, já em sua época, evitando os preconceitos recebidos da interpretação de Pierre Bayle sobre o grande luso-holandês.
Tenho me detido um pouco nesse pensador por dois motivos: o seu amor à vida e a aproximação às ideias spinozanas.
Entre os meus livros tenho "O passeio do cético", dele, o qual pretendo resgatar (pois ainda não o achei. Rsss) e ler.
De qualquer forma, acho que será interessante aprofundar o conhecimento desse autor considerado tão brilhante quanto Voltaire, por exemplo.
Normalmente, o que se vê dele diz respeito somente ao seu esforço para elaborar a Enciclopédia.
Por falar em Voltaire, diz-se que ele reconheceu sempre os profundos conhecimentos de Diderot, bem como afirmava que este seria um homem interessado em tudo.
Depois escrevo mais sobre ele.
Ricardo, vc tá me devendo a ética do Spinoza, mais uns posts do Schumacher da filosofia e ainda começa a ler sobre outro filósofo? Assim não dá!
Tô brincando. Gostei das frases. As que mais me chamaram atenção foram 'Clama-se incessantemente contra as paixões; imputam-se-lhes todos os males do homem, esquecendo que elas são também a fonte de todos os seus prazeres'; 'Apenas há um dever, o de sermos felizes' e 'Uma única demonstração impressiona-me mais do que cinquenta fatos'.
Eu queria dizer que primeiro achei Diderot muito ligado às paixões, mais do que à razão, como uma espécie de 'romântico'. Mas que depois vi uam certa proximidade com Spinoza, qd ele fala do valor da demonstração sobre os fatos. Mas fiquei estranhando isso tb, pq ele parece um filósofo da vida, como o Nietzsche. E negando os fatos por uma demonstração, fica parecendo um racionalista.
Explica essa aí, pessoal!
SDS
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