quarta-feira, 22 de julho de 2009

Urumqi

Já postei aqui comentários sobre a violência ocorrida no Irã. Aliás, não fui só eu que usei a internet para registrar esse acontecimento. No entanto, há outro lugar em que correram notícias de violências, das quais, aliás, não temos tido mais informações. Falo da cidade de Urumqi, na província chinesa de Xinjiang.
O que será que tem acontecido por lá? Quantas mortes mais terão ocorrido? Será que a falta de uma bela jovem, escolhida como mártir, limita o nosso interesse pela vida das pessoas? Será que o fato de termos nos acostumado com a violência chinesa no Tibet vai nos anestesiar com sua política imperialista em outro local? A potência econômica que cresce insatisfatoriamente 9% em período de crise mundial pode tudo, no que diz respeito ao aspecto social?
Essas têm sido algumas das perguntas que não querem calar em mim.
Lembro que, até dia 09 de julho, já havia 156 mortos!!!!

4 comentários:

Prof. Guilherme Fauque disse...

Perfeito Ricardo.

São várias partes do mundo que mortes estão ocorrendo nos mais diversos problemas.

Por que algumas são mais comentadas do que outras? Há fatores de interesse e o estético não deixa de ser um ponto, como você citou. O caso do Irã chamou a atenção devido a bela moça assassinada. No entanto, não podemos esquecer das outras localidades.

Prof. Guilherme Fauque disse...

Ah, Ricardo, deixa eu te avisar de um livro novo sobre Spinoza. Não sei quanto a ti, mas eu normalmente tenho a mania de comprar tudo o que encontro sobre um pensador que gosto muito. rsrsrsrsrs

Foi lançado o livro do nosso amigo blogueiro Amauri Ferreira.

http://amauriferreira.blogspot.com/2009/07/lancamento-de-livro-em-1208.html

Abraços

Ricardo disse...

Amigo Guilherme:
Em determinados momentos, gostaria de imaginar como válida a moral deontológica de Kant. Não haveria, pelo menos, mais justificativas para violência - aquelas do tipo: "Mas eles entraram no nosso território!"; "Mas os antepassados deles escravizaram os nossos!"; "Mas eles estão pensando em terrorismo!"; etc.
Eu sei que essa moral de Kant não é a correta, nem acho mesmo que seja possível implementá-la. Mas nesses casos extremos, temos vontade de apelar a ela.
Nesse ponto, não há como deixar de perceber a "vontade de poder" nietzscheana atuando - eu, particularmente, uso sempre a expressão "vontade de potência", mas acho que nos casos que temos visto, essa vontade está travestida em "vontade de poder" mesmo.
Fico triste com esse tipo de notícias. E fico preocupado com o fato de elas sumirem da mídia. Nossa única forma de mostrar indignação é poder clamar por Justiça, seja em qualquer meio, mesmo virtual. Mas, para isso, precisamos continuar sabendo o que acontece.

Ricardo disse...

Ah... antes que eu me esqueça...
Obrigado pela dica do livro. Da mesma forma que você, compro tudo que encontro sobre Spinoza.
Já coloquei um comentário, também, no blog do Amauri. Indiquei, inclusive, que espero que a distribuição do livro alcance o Rio de Janeiro.