Desde o primeiro "aparecimento" do amigo Existenz neste nosso blog, eu comemorei. Não era apenas a chegada de mais um amigo - o que, por si só, sempre me enche de alegria -, mas a retomada de um contato que começou no "mundo extra-nético", prolongou-se pela troca de e-mails e acabou "desembarcando" aqui no blog.
Em todos esses "locais", a participação do Existenz sempre agregou muito valor. Aliás, nossas primeiras conversas exigiram que eu aprofundasse meus estudos em Kant. A continuidade de nossas correspondências exige sempre um retrabalho de conceitos heideggerianos. Na última carta dele, inclusive, a fundamentação baseada nos textos de "Ser e Tempo" foi fantástica - e aproveito esse post para dizer que ainda terei que suar um pouco para responder-lhe. E, agora, suas contribuições no blog têm sido sempre muito interessantes, expondo um pensamento "encarnado", algo que não se afasta do "mundo" - que eu sei que é justamente o modo como ele gosta de filosofar.
Por certa falta de tempo, ainda tenho uma dívida com ele, que é a de uma percepção mais adequada do pensamento de Merleau-Ponty, a fim de tornar-me um bom interlocutor no que concerne a esse pensador. E, apesar de admirar muito o espanhol Jose Ortega y Gasset, tenho que dedicar-me mais a ele... mas já tenho me aparelhado para tal, também a fim de podermos avançar nas conversas sobre projetos fenomenológicos "alternativos".
Dito isto, passo ao agradecimento mais específico, que diz respeito ao final de um comentário seu, feito no último post sobre a imprensa. Ele escreveu: "Continue com seu grande trabalho com esse blog, pois em muito você enriquece a vida das pessoas que tem o privilégio de acompanhar seus escritos".
Vindo de uma pessoa que conheço mais de perto, com toda a sua capacidade "filosofante", eu chego a ficar envaidecido com o elogio - mesmo reconhecendo que a "vaidade" não é um dos melhores sentimentos. De qualquer modo, permitindo-me algo não "politicamente correto", agradeço pelo elogio; faço votos que continue gostando e, principalmente, participando do blog, com seus sempre valorosos comentários.
Mil "obrigados"!
Esse é mais um "bom encontro", como diria Spinoza, o que aumenta meu conatus, e representa "alegria"!
Esse é mais um "bom encontro", como diria Spinoza, o que aumenta meu conatus, e representa "alegria"!
Um comentário:
Primeiro de tudo, obrigado pelos elogios, apesar de que não os mereça sozinho, afinal você que sempre vinha em suas cartas com comentários perspicazes e originais, me instigando a sempre responder a altura, o que também provocou o meu aprofundamento na filosofia, além dos escritos de Kant, e, nas últimas cartas, de Heidegger. E isso inclui as conversas que tivemos na esquina de Miguel de Frias com Gavião Peixoto, e principalmente aquela da qual, acho, foi a última vez que nos encontramos. Ou seja, muito do meu “filosofar” veio do constante enriquecimento dos assuntos que retornavam por meio de suas cartas e de nossos encontros, e esse enriquecimento também existe nesse seu blog, mesmo que se dê de uma forma particular e nova.
Vou dizer que também “suei” para escrever essa carta sobre Heidegger, afinal tive que fazer uma espécie de “trabalho de pesquisa” para encontrar no Ser e Tempo pontos que interessavam aos assuntos que você estava tratando, além de reler vários trechos do livro de novo, o que, tratando-se de Heidegger, não é uma coisa fácil. Fora o esforço para formular uma interpretação coerente e fidedigna a partir do que li. E sei que, com certeza, fui ainda insuficiente nessa intenção, levando-se em consideração a grande dificuldade desse autor. Mas, sem dúvida, foi bastante enriquecedor e esclarecedor, para mim mesmo, ter feito esse trabalho para essa carta.
Tratando-se de Merleau-Ponty, acho que não deve se sentir em dívida, afinal Fenomenologia da Percepção é um livro de 600 páginas e que, sei, não vai por um caminho muito próximo da sua linha de estudo e de pensamento. Ele, para mim, é um grande pensador, mas que, tratando-se do seu contexto particular, não possui a relevância necessária para que você realmente precise conhecê-lo com mais profundidade, principalmente se for atrapalhar o que obterá de fontes de conhecimento de maior relevância. Tratando-se de Ortega y Gasset a História como Sistema e o início de Meditações de Quixote, que sei que já leu, na minha opinião, já seriam suficientes para conhecer com a seriedade suficiente esse autor. Há também ainda um livro importante dele, o Rebelião das Massas, mas eu particularmente não gostei muito. No meu caso, já que tenho interesse pelo campo da ética, sinto que é de grande importância ler o Spinoza, do qual percebi, por meio do que já me falou sobre ele, que talvez seja o melhor autor tratando do assunto desde os gregos. Um abraço!
Postar um comentário