O professor Karl Erik, que ministrou a aula sobre Sören Kierkegaard na Casa do Saber, sugeriu que o dinamarquês pudesse ser considerado um precursor de Fernando Pessoa, pelo fato de escrever vários livros, com estilos absolutamente diferentes, contendo opiniões até conflitantes, sob diversas autorias. Este fato, segundo ele, indicaria que Kierkegaard teria diversos "heterônimos". Apesar de não concordar com a opinião do mestre, preferi não polemizar. Entretanto, nesse espaço, a opinião é livre.
Será, realmente, que o fato de escrever usando outros nomes, ainda que com estilos e até opiniões diferentes, é suficiente para se estabelecer que são "personalidades" múltiplas que estão em ação? Parece-me que isso não é condição suficiente, embora seja necessária, para que se fale em "heterônimos".
Pessoa é muito mais "rico". A "duração" de seus "heterônimos", e a convivência entre eles, penso, é que indica que são "entes" reais, pelo menos, psicologicamente. Além disso, Pessoa criou uma história de vida para cada um deles.
Kierkegaard, ao que parece, criava um "personagem" de durabilidade restrita àquele momento em que escrevia. Esse personagem tinha a função de expressar o momento existencial do pensador dinamarquês, não tendo a "duração" existencial dos heterônimos pessoanos.
Que acharia a nossa especialista em Pessoa, Maria, da minha opinião? E os amigos?
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