O blog "Filosofia é o limite!!!" ( http://filosofialimite.blogspot.com/ ), da nosso amiga Marise, reproduziu o ótimo texto "As necessidades desnecessárias", de Franklin Cunha, publicado no jornal Zero Hora.
O texto começa questionando historicamente as relações entre as carências naturais e as necessidades sociais do homem. Retomando um tema levantado aqui no blog - o "consumismo" -, o autor indica que "nada ilustra melhor... a relação mutável entre necessidades naturais do homem e suas carências sociais, levando-se em conta a maior produtividade de bens de consumo..." do que a "crescente 'imposição' de objetos supérfluos como necessidades sociais". Ele pensa que "o desenvolvimento da riqueza... consiste na multiplicidade de carências". Indica, também, que a "fusão entre o 'natural' e 'necessário'... tornou possível... propagar as necessidades desnecessárias".
Franklin Cunha critica o papel da mídia, sugerindo que "aí estão os prósperos meios de comunicação para nos convencer, por exemplo, de que todos os brasileiros são apaixonados pelos quatrocentos modelos de automóveis...".
Por último, questiona: "Até quando o caos viário, a atmosfera que respiramos (e os arautos do desenvolvimentismo) suportarão tais irracionalidades econômicas a nós impostas e interpretadas como necessidades vitais?".
Eu mudaria um pouco a pergunta: até quando nós suportaremos essa ação manipuladora?
Acho que o diagnóstico de Franklin Cunha - que, por sinal, é médico -, sobre os mecanismos de produção - para não dizer "invenção" - de "necessidades desnecessárias" é perfeito. O que não me parece correto, entretanto, é colocar a nós, consumidores, como agentes meramente passivos diante dessa dita "imposição". Há diversos grupos que já se insurgiram contra essa ideia do "quanto mais, melhor" e que pensam criticamente essa "'imposição' de objetos supérfluos como necessidades sociais". Temos, na verdade, é que aumentar essa massa crítica.
2 comentários:
Bom post, esse foi um dos melhores até agora. Parabéns.
Ricardo,
Tenho observado meus alunos, e percebi o quanto mais carentes, maior o consumismo. Trabalham para sanar as necessidades desnecessárias. Pensando que esse é o caminho da felicidade.
E na sala de aula, cada um quer apresentar mais novidades que o outro...criando assim, uma nova necessidade no outro.
Obrigado pela visita no meu blog e agradeço as palavras carinhosas.
Já deletei um dos comentários.
Demorou? É que estou num sufoco e um pouco revoltada...
Coisas da filosofia...
Abraços,
Marise.
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