É com imensa satisfação que registro a presença, em minha biblioteca, de mais um livro autografado. O livro, em si, não é novidade, mas a dedicatória posta nele é.
O livro "Iniciação à História da Filosofia", do professor Danilo Marcondes, que já está na 12ª edição, acompanha minha caminhada filosófica há algum tempo. Apesar de básico, ele aborda com bastante qualidade os diversos períodos da Filosofia. Salvo pequenos enganos, é um livro que vale como introdução... ou "iniciação" - como diz o próprio título - a qualquer curioso, como eu.
E foi neste exemplar, lido, relido, rabiscado e rerrabiscado, que o professor Danilo - figura muito simpática, diga-se de passagem - registrou sua dedicatória. Para meu deleite, ainda tive oportunidade de trocar umas "palavrinhas" com o dileto professor.
O momento era o intervalo da aula sobre Descartes, ocorrida na Casa do Saber. Após o primeiro "bando" de alunos ávidos por respostas, apresentei-me, junto com meu "surrado" exemplar. Depois do registro da dedicatória, na primeira página, junto com uns rabiscos meus, lancei minha pergunta sobre uma afirmação feita pelo professor, durante a primeira parte de sua apresentação, de que "Como todo bom racionalista, Descartes é inatista!". Ponderei que não percebia esse apelo tão forte ao inatismo na filosofia spinozana. E lá veio a observação que eu não esperava ouvir - apesar de sempre pensar dessa forma: "Spinoza não pode ser considerado exatamente um racionalista!". Alonguei a conversa citando o livro do professor Alcantara Nogueira, que fala sobre o método racionalista-histórico de Spinoza, onde está dito claramente que o filósofo luso-holandês não é um racionalista puro. O professor Danilo disse conhecer e concordar com a abordagem de A. Nogueira.
Só isso já valeu o questionamento. Mas eu fui um pouco além, perguntando se Descartes não percebera que, ao lançar-se na reflexão do sujeito - que, obviamente, é feita pelo próprio sujeito - não haveria uma objetualização do sujeito, retirando-o da condição de sujeito em si, ou sujeito mesmo, o que faria com que já não fosse uma análise reflexiva - do sujeito pelo sujeito -, mas outra análise da exterioridade - de um objeto (ainda que sujeito-objetivado) pelo sujeito. O professor concordou com a impossibilidade da análise sujeito-sujeito, mas afirmou a crença de Descartes nessa possibilidade. Desta feita, o filósofo francês cria fortemente que, apesar de ser o sujeito que intenciona o próprio sujeito, haveria a possibilidade desta manutenção do sujeito intencionado continuar sendo sujeito, pois o homem seria o único gênero capaz de ser sujeito , mesmo enquanto é objeto de análise.
Adorei!
O livro "Iniciação à História da Filosofia", do professor Danilo Marcondes, que já está na 12ª edição, acompanha minha caminhada filosófica há algum tempo. Apesar de básico, ele aborda com bastante qualidade os diversos períodos da Filosofia. Salvo pequenos enganos, é um livro que vale como introdução... ou "iniciação" - como diz o próprio título - a qualquer curioso, como eu.
E foi neste exemplar, lido, relido, rabiscado e rerrabiscado, que o professor Danilo - figura muito simpática, diga-se de passagem - registrou sua dedicatória. Para meu deleite, ainda tive oportunidade de trocar umas "palavrinhas" com o dileto professor.
O momento era o intervalo da aula sobre Descartes, ocorrida na Casa do Saber. Após o primeiro "bando" de alunos ávidos por respostas, apresentei-me, junto com meu "surrado" exemplar. Depois do registro da dedicatória, na primeira página, junto com uns rabiscos meus, lancei minha pergunta sobre uma afirmação feita pelo professor, durante a primeira parte de sua apresentação, de que "Como todo bom racionalista, Descartes é inatista!". Ponderei que não percebia esse apelo tão forte ao inatismo na filosofia spinozana. E lá veio a observação que eu não esperava ouvir - apesar de sempre pensar dessa forma: "Spinoza não pode ser considerado exatamente um racionalista!". Alonguei a conversa citando o livro do professor Alcantara Nogueira, que fala sobre o método racionalista-histórico de Spinoza, onde está dito claramente que o filósofo luso-holandês não é um racionalista puro. O professor Danilo disse conhecer e concordar com a abordagem de A. Nogueira.
Só isso já valeu o questionamento. Mas eu fui um pouco além, perguntando se Descartes não percebera que, ao lançar-se na reflexão do sujeito - que, obviamente, é feita pelo próprio sujeito - não haveria uma objetualização do sujeito, retirando-o da condição de sujeito em si, ou sujeito mesmo, o que faria com que já não fosse uma análise reflexiva - do sujeito pelo sujeito -, mas outra análise da exterioridade - de um objeto (ainda que sujeito-objetivado) pelo sujeito. O professor concordou com a impossibilidade da análise sujeito-sujeito, mas afirmou a crença de Descartes nessa possibilidade. Desta feita, o filósofo francês cria fortemente que, apesar de ser o sujeito que intenciona o próprio sujeito, haveria a possibilidade desta manutenção do sujeito intencionado continuar sendo sujeito, pois o homem seria o único gênero capaz de ser sujeito , mesmo enquanto é objeto de análise.
Adorei!
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