Ontem, assisti a mais uma aula na Casa do Saber. O assunto, novamente, Platão. Desta vez, ministrava o curso a professora Irley Fernandes Franco, diretora do Departamento de Filosofia da PUC-RJ.
Uma breve biografia do pensador, para reaquecer as "turbinas mentais", e o início da apresentação da professora, indicando ser Platão o criador da Filosofia como a entendemos hoje, visto ser o primeiro a deixar "sua" doutrina por escrito... sem um aspecto apenas fragmentário.
O combinado seria - como usual - que as perguntas ocorressem ao final da aula, num tempo exclusivamente reservado para isso. Entretanto, uma aluna interrompeu a apresentação, em dado momento, lançando sua pergunta. A solícita professora Irley respondeu. Pouco depois, outra pergunta. E assim se foi a aula preestabelecida embora.
Até onde pude perceber, essa era a primeira vez que a professora participava de cursos na Casa do Saber. Imagino que devam ter contado a ela que, apesar de não estar lidando com filósofos "profissionais", o nível da turma era bom... ou seja, são "amadores" bem aplicados no seu hobby.
Porém, para infelicidade dela, e minha também, havia uma das alunas que estava aprendendo Filosofia por "O mundo de Sofia". O livro é ótimo. Mas não é o nível que se espera para alguém que esteja frequentando esse tipo de curso. Pelo menos, é o que acho. E, para piorar, a tal moça nem havia lido todo o capítulo referente a Platão.
Nossa zelosa professora, então, decidiu partir do zero... e a aula ficou chata. A explicação da distinção entre o Mundo do Sensível e o Mundo das Formas foi se alongaaaaaando. Depois, veio o Mito da Caverna... até se chegar ao assunto "Amor Platônico". Esse tal amor, que tem diversas interpretações, segundo cada um que o aborda, valeu uma looooonga explicação.
De bom, aprender que "tirano", no grego, não tem o mesmo significado de "déspota", como hoje. Afinal, uma das minhas maiores decepções era saber que Platão tentava ajudar o tirano Díon em Siracusa. Agora, não mais... já que aprendi que "tirano" é simplesmente um monarca que não tem poderes sacerdotais, conjunção comum na Antiguidade.
Além disso, aprender que uma das classificações mais difíceis para os estudiosos de Platão é a da "alma", no que tange à sua colocação na "Linha Dividida" - estaria ela no "topos noetos" ou no "topos horatos"? Explicou-nos a professora Irley, que levou até uma assistente, que a "alma" seria um "intermediário", estando ao lado, e não dentro, da "Linha Dividida".
Por tudo isso, fiquei com a nítida imagem de que um professor é alguém que vai para uma aula como um garoto vai soltar pipa. O garoto tem lá sua pipa, que pode ser de alta qualidade - como o professor tem seus conhecimentos, também de qualidade -; o garoto "puxa" e "dá" linha, tentando conduzir sua pipa para o alto - como o professor coloca os temas que organizou previamente em questão, tentando estimular o "espanto" dos alunos -; mas se o vento não soprar, a pipa vai balançar e não vai subir - como, se os alunos não estiverem atentos e propuserem perguntas de alto nível, que façam uma "sinergia" com os conhecimentos do professor, a aula ficará somente "morna", um mero "passar de informações" medíocre.
Alunos-vento, informem-se antes das aulas!
Uma breve biografia do pensador, para reaquecer as "turbinas mentais", e o início da apresentação da professora, indicando ser Platão o criador da Filosofia como a entendemos hoje, visto ser o primeiro a deixar "sua" doutrina por escrito... sem um aspecto apenas fragmentário.
O combinado seria - como usual - que as perguntas ocorressem ao final da aula, num tempo exclusivamente reservado para isso. Entretanto, uma aluna interrompeu a apresentação, em dado momento, lançando sua pergunta. A solícita professora Irley respondeu. Pouco depois, outra pergunta. E assim se foi a aula preestabelecida embora.
Até onde pude perceber, essa era a primeira vez que a professora participava de cursos na Casa do Saber. Imagino que devam ter contado a ela que, apesar de não estar lidando com filósofos "profissionais", o nível da turma era bom... ou seja, são "amadores" bem aplicados no seu hobby.
Porém, para infelicidade dela, e minha também, havia uma das alunas que estava aprendendo Filosofia por "O mundo de Sofia". O livro é ótimo. Mas não é o nível que se espera para alguém que esteja frequentando esse tipo de curso. Pelo menos, é o que acho. E, para piorar, a tal moça nem havia lido todo o capítulo referente a Platão.
Nossa zelosa professora, então, decidiu partir do zero... e a aula ficou chata. A explicação da distinção entre o Mundo do Sensível e o Mundo das Formas foi se alongaaaaaando. Depois, veio o Mito da Caverna... até se chegar ao assunto "Amor Platônico". Esse tal amor, que tem diversas interpretações, segundo cada um que o aborda, valeu uma looooonga explicação.
De bom, aprender que "tirano", no grego, não tem o mesmo significado de "déspota", como hoje. Afinal, uma das minhas maiores decepções era saber que Platão tentava ajudar o tirano Díon em Siracusa. Agora, não mais... já que aprendi que "tirano" é simplesmente um monarca que não tem poderes sacerdotais, conjunção comum na Antiguidade.
Além disso, aprender que uma das classificações mais difíceis para os estudiosos de Platão é a da "alma", no que tange à sua colocação na "Linha Dividida" - estaria ela no "topos noetos" ou no "topos horatos"? Explicou-nos a professora Irley, que levou até uma assistente, que a "alma" seria um "intermediário", estando ao lado, e não dentro, da "Linha Dividida".
Por tudo isso, fiquei com a nítida imagem de que um professor é alguém que vai para uma aula como um garoto vai soltar pipa. O garoto tem lá sua pipa, que pode ser de alta qualidade - como o professor tem seus conhecimentos, também de qualidade -; o garoto "puxa" e "dá" linha, tentando conduzir sua pipa para o alto - como o professor coloca os temas que organizou previamente em questão, tentando estimular o "espanto" dos alunos -; mas se o vento não soprar, a pipa vai balançar e não vai subir - como, se os alunos não estiverem atentos e propuserem perguntas de alto nível, que façam uma "sinergia" com os conhecimentos do professor, a aula ficará somente "morna", um mero "passar de informações" medíocre.
Alunos-vento, informem-se antes das aulas!
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