É normal compararmos o "conatus" spinozano e a "Vontade de Potência/Poder" nietzscheana. Além disso, também conhecemos os paralelos que se traçam entre as "Vontades" de Schopenhauer e Nietzsche. Logo... poderíamos tentar uma aproximação, mediada por Nietzsche, entre o "conatus" e a "Vontade".
Logo de início, temos que destacar que, apesar do sistema monista dos dois filósofos - o monismo "substancial" spinozano e o monismo da "Vontade" schopenhaueriano -, o "princípio único" spinozano não possui "conatus", enquanto o "princípio único" schopenhaueriano É justamente "esforço".
Digo isso, porque só há esforço, em Spinoza, quando um ente se opõe a outro. Como, no caso da Substância, não há oposição possível, já que ela corresponde a toda realidade, não há esforço gerado. Já em relação a Schopenhauer, a "Vontade" é o próprio esforço, energia produtiva... algo como o Uno plotínico, penso.
Há, entretanto, mais aproximações do que diferenças. A principal, parece-me, é que os dois princípios são produtores sem finalidade, sem intencionalidade.
A "Vontade de Potência" é mais parecida com o "conatus", enquanto expressão individual de um princípio metafísico. Mas ela existe ontologicamente, como a "Vontade" de Schopenhauer? Parece-me que não... até porque Nietzsche valoriza exclusivamente o individual, em detrimento desse "Todo".
Dá para pensar mais sobre o assunto...
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