Mais uma das minhas "inespecialidades" é a pintura. Mas, mesmo sendo um "inespecialista", gosto de apreciar determinados quadros, pelo simples prazer estético que eles me dão. Nessa linha de fruição do gozo estético, o que mais admiro são os impressionistas. Por isso mesmo, há alguns dias, comprei o livro "Impressionism - a celebration of light", de Isabel Kuhl, publicado pela Parragon.
O livro é um espetáculo! São mais de duzentas páginas; impressão em papel couché; inúmeras reproduções de quadros famosos... um bálsamo para os olhos.
O texto de abertura, que posiciona historicamente o início do movimento, começa de forma bem filosófica, dizendo: "Que conveniente que haja uma definição concisa para todas as coisas!". Afinal, o que mais se procura, mas, paradoxalmente, o que mais se evita na Filosofia, é uma "definição" para as coisas.
O texto de abertura, que posiciona historicamente o início do movimento, começa de forma bem filosófica, dizendo: "Que conveniente que haja uma definição concisa para todas as coisas!". Afinal, o que mais se procura, mas, paradoxalmente, o que mais se evita na Filosofia, é uma "definição" para as coisas.
O livro é ótimo, pois apresenta textos históricos e informações técnicas sobre o movimento... além, como eu já escrevi, de inúmeras reproduções.
Mesmo vislumbrando diversas lindas pinturas, não posso deixar de escrever, do "alto de toda a minha inespecialidade, ou inexpertise", que prefiro Oscar-Claude Monet. O que esse senhor fez foi demais!
Para quem não sabe, aliás, o movimento tem seu nome devido à tela "Impressão, nascer do sol", dele.
"Impressão, nascer do sol", de Monet
No livro há reproduções de Degas, Renoir, Manet, Sisley, Bazille, etc. e se comenta ainda o movimento Pós-impressionista.
Fantástico, pessoal!
3 comentários:
Nem a propósito , senhor Ricardo, há dias quando eu expunha minha total inépcia sobre a luz e a sua importância no teatro ,numa comunidade de teatro, alguém me sugeriu ver alguns quadros de Manet…entre outros pintores. De facto a luz em Manet e nos impressionistas teve uma importância fundamental de tal forma que a vinham captar ao ar livre. Gosto dos impressionistas, se bem que minhas preferências vão para alguém que tb foi impressionista mas por pouco tempo- Van Gogh. Vá-se lá saber por quê. O homem foi de facto bom e criativo, mas também demasiado passional .
Epiléptico , esquizofrénico ou depressivo numa altura em que havia talvez apenas um único rótulo LOUCO. Talvez essa loucura também fosse fruto de demasiado absinto ou demasiada tristeza pelo facto por amores mal compreendidos ou não correspondidos. O que é facto é que foi um grande pintor.
Fico aqui a pensar se algumas mudanças de humor e personalidade de Pessoa também não seriam derivadas de beber absinto. Será que o slogan (tão conhecido em Portugal) “Primeiro estranha-se e depois entranha-se” que Pessoa criou para a coca cola não seria também apropriado para o absinto, a aguardente ( a vossa cachaça), a cocaína…?
Só uma curiosidade …esse slogan esteve na origem do fim da comercialização da coca cola em Portugal até 1974.
Tenho de ir.
Maria
PS- Onde anda o Júlio e o Mundy?
Querida amiga:
A luz realmente é de vital importância para o movimento impressionista. Como tu disseste, no início do movimento só se pintava ao ar livre, a fim de captar da melhor forma possível, os efeitos da luz sobre os objetos.
Outras características marcantes do movimento são o uso de cores puras nas telas, isto é, sem misturá-las nas palhetas, e o "pontilhado" com os pincéis, ou seja, movimentos curtos, em função justamente da utilização das cores puras e da realidade não conter grandes extensões do mesmo tom.
Uma coisa que acho linda é que, apesar das figuras não ganharem contornos extremamente "rígidos" e perfeitamente delineados, a utilização das cores e do "pontilhado" permitem uma percepção exata das diversas figuras representadas... ou seja, apesar da "economia" das pinceladas, tudo o que tem que ser "expresso" está lá!
Fantástico!
Van Gogh também é ótimo. Mas, talvez por conta de sua loucura, suas pinturas foram perdendo os tons alegres e ganhando mais roxo, preto... tornando-se mais "sombrias". As distorções, que também se fala de serem efeitos da sua mente "danificada", trazem, a meu ver, grande efeito visual para a obra.
Sobre o Mundy, sei onde está, só não sei por que não escreve. Agora, sobre o Júlio... nem uma coisa, nem outra.
A propósito, Maria... fiquei imaginando que irias comentar o post "A decadência da poesia". Nesta, tu me supreendeste.
Abraços.
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