Numa parte dedicada à Literatura, na revista citada no título do post, a professora Ana Maria Haddad Batista escreve o artigo "Temporalidades esvaziadas". A professora Ana fala do "desmoronamento dos valores" e da "abundância de desmemórias", no seu texto. Em determinado momento, a autora introduz a ideia da necessidade da Filosofia, como meio de "pensarmos em coisas que nunca havíamos cogitado". Depois de citar alguns pensadores, chega ao nosso querido Spinoza. Escreve, então: "Espinosa, via Marilena Chauí e outros grandes pensadores, não traz em suas obras uma dimensão política, definitivamente, para ser colocada na prática de cada um? Na prática das relações? Na prática de nosso trabalho e de nossa forma de ser? O que dizer das paixões em Espinosa? Como desmascarar os tiranos, as submissões, a escravidão, a falta de liberdade em todos os sentidos, se não fosse Espinosa? Como potencializar nossas ações sem Espinosa?".
Quando pensamos na poderosa Metafísica spinozana, parece não haver espaço para uma absorção existencial do pensamento do luso-holandês. Mas a verdade é que a filosofia spinozana engloba essa dimensão, não sendo à toa, inclusive, que sua opus majus, se chama "Ética". É necessário entender Spinoza como alguém que nos fala fundamentalmente sobre nossa realidade existencial, sobre aquilo o que somos, e que as ferramentas metafísicas que ele utiliza são parte da caminhada até esse "comportamento" prático, esse ethos, que se materializa numa ética quotidiana.
Por último, aparece, no texto da autora, uma imagem de Spinoza que eu não conhecia, a qual reproduzo abaixo.
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