Nestes últimos meses tive que me dedicar ao pensamento de Michel Foucault. O francês, nascido em 1926 e morto em 1984, foi um dos pensadores mais influentes do século XX, com uma produção que cobre diversas áreas.
Querido por muitos, ele é igualmente detestado por outros tantos.
Se não dá para aderir pacificamente a todas as suas propostas, algumas parecem ser bastante "lúcidas". Eu citaria algumas destas últimas: (i) as "verdades" são históricas e dependem do "solo epistemológico" de determinada época para se estabelecerem como tal; (ii) para que um determinado conhecimento se estabeleça como "verdadeiro", outros tantos são "silenciados", permanecendo como "saberes sujeitados"; (iii) vivemos uma época em que as "ciências" são considerados os únicos "saberes" válidos; (iv) este nosso tempo também é uma época da "normalização" - onde, a partir do estabelecimento do que é "normal" ou "anormal", classificam-se os indivíduos -; (v) o poder gera saber e o saber é um dos instrumentos de atuação do poder e (vi) em alguma medida, o indivíduo é produzido pela "norma".
Existem diversas outras mais dessas... como também há aquelas ideias mais problemáticas, que são criticadas por pensadores de peso, como Jürgen Habermas, por exemplo. Uma crítica forte vem do intelectual palestino Edward Said - cuja própria obra se apoia bastante nas ideias de Foucault - que destacou que "a história não é um território francês homogêneo", e também que "a disciplina [o poder disciplinar] também foi usada para administrar, estudar e reconstruir - e, subsequentemente, ocupar, governar e explorar - quase todo o mundo não europeu".
O mais importante, entretanto, é dar-se ao trabalho de ler o pensador francês, a fim de perceber o que há de bom nele.
De qualquer forma, foi bastante interessante o desdobramento desse estudo para mim, que foi a aproximação à Sociologia. E aí surge a pesquisa, por exemplo, de Durkheim.
Em breve, falo mais sobre isso.
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