Impossível falar de política - principalmente no Brasil - sem pensar em Machiavelli. Esse florentino brilhante pensou a Política como algo real e não como um ideal. É verdade que é muito mal entendido, tendo seu nome sempre associado a algo pernicioso.
Hoje em dia, sabemos que a recepção negativa de Machiavelli se deve basicamente a alguns enganos, que, uma vez corrigidos, mudam radicalmente a percepção que dele temos. A primeira correção de "curso" que devemos fazer é lê-lo como alguém interessado em unificar seu país, e não como um aproveitador, pronto a se aproximar de quem quer que subisse ao poder. Depois, devemos entender que Niccolò era republicano, sendo sua defesa de uma monarquia, em "De principatibus", apenas uma etapa provisória nesse processo de unificação pretendido para o que viria a ser a Itália.
Lido com cuidado, Machiavelli é bastante coerente. Ele não ensina ninguém a ser "vilão". O que ele faz é um diagnóstico preciso do funcionamento efetivo do "mundo da política". A partir desse diagnóstico - sempre tendo em mente o objetivo a ser alcançado -, ele propõe as ações que são realmente operantes nesta realidade em que vive - alías, em que vivemos até hoje.
Peguei a dica, lá no blog do amigo Roberson Marcomini, o "Nicolau Maquiavel", do lançamento do livro "Maquiavel ou A confusão Demoníaca", de Olavo de Carvalho. Uma mente brilhante - embora "polêmica"- comentando outra - que, infelizmente, foi absorvida, também, como polêmica.
Aliás, aproveitando o post, começo hoje um minicurso sobre o pensador político florentino, na Casa do Saber da Lagoa, com Júlio Pompeu, o autor de "Somos maquiavélicos". Aguardem comentários...
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