A frase do título é uma modificação de "A arte imita a natureza", de Aristóteles.
A frase original, registrada na Física, Livro II, envolve alguns conceitos que estão bem distantes daqueles que parecem ser evocados à primeira vista. Aristóteles trabalha com os conceitos de: "arte" (techné), "imitação" (mímesis) e "natureza" (physis). Não se trata, portanto, da "arte" como poiesis e da "vida" como práxis.
Visto que a "natureza", no caso específico da frase aristotélica, se refere a algo como a característica mais essencial da coisa, ficamos com a ideia de que "a técnica repete no artefato manufaturado a essência da coisa natural".
Entretanto, há um outro aspecto interessante, que diz respeito efetivamente à arte, no sentido atual que usamos. Mas desta vez o texto de referência é a Poética, também de Aristóteles.
Nesse texto, o Estagirita fala especificamente da poesia - que, na Antiguidade, tinha um alcance bem maior do que a mera poesia lírica, como bem sabemos. Lá, Aristóteles deixa bem claro que a poesia, nesse sentido mais lato, é imitação.
Até aqui, parece que estamos no caminho da frase que entitula o post - "A arte imita a vida". Entretanto, Aristóteles observa que o que é imiatado não são pessoas, mas ações. E mais, a "imitação" não é mera cópia. Caso fosse isso apenas, estaríamos fazendo simplesmente História com métrica e ritmo. A poesia, ou a trama que nela se desenvolve, deve ser verossímil, mas não "verdadeira".
Porém, se é assim, "a arte imita... mas não copia a vida".
Visto que a "natureza", no caso específico da frase aristotélica, se refere a algo como a característica mais essencial da coisa, ficamos com a ideia de que "a técnica repete no artefato manufaturado a essência da coisa natural".
Entretanto, há um outro aspecto interessante, que diz respeito efetivamente à arte, no sentido atual que usamos. Mas desta vez o texto de referência é a Poética, também de Aristóteles.
Nesse texto, o Estagirita fala especificamente da poesia - que, na Antiguidade, tinha um alcance bem maior do que a mera poesia lírica, como bem sabemos. Lá, Aristóteles deixa bem claro que a poesia, nesse sentido mais lato, é imitação.
Até aqui, parece que estamos no caminho da frase que entitula o post - "A arte imita a vida". Entretanto, Aristóteles observa que o que é imiatado não são pessoas, mas ações. E mais, a "imitação" não é mera cópia. Caso fosse isso apenas, estaríamos fazendo simplesmente História com métrica e ritmo. A poesia, ou a trama que nela se desenvolve, deve ser verossímil, mas não "verdadeira".
Porém, se é assim, "a arte imita... mas não copia a vida".