segunda-feira, 28 de abril de 2014

Mais um amigo!


    Temos mais um amigo dos amigos. Caramba... é o centésimo! Deveria haver um prêmio especial para isso: "Você ganhou um 'não-sei-o-quê', pois é o nosso centésimo amigo!"
   Brincadeiras à parte, seja bem vindo Laércio. Participe à vontade deste nosso blog.
   Grande abraço de todos os outros 99 amigos!

Uma banana para o racismo!


    A imagem do jogador de futebol Daniel Alves comendo uma banana que fora lançada ao seu lado, durante uma partida, foi muito interessante. Tirada de gente inteligente. Em vez de se apequenar com o ato hostil, Daniel deu um tapa com luva de pelica nos bobalhões. Afinal, banana é para se comer mesmo. Aliás, aqui nos trópicos, elas são bastante apreciadas. Eu, particularmente, até hoje, curto uma vitamina de banana com aveia.
   Valeu, Daniel!
   O que não vale mais, no entanto, é essa imbecilidade de "racismo". O termo, em si, já não está correto, visto que só existe uma "raça" entre nós, a "raça humana". As diferentes características étnicas só engrandecem e enriquecem essa nossa "raça".
    Fico pensando o que esses caras aprendem na escola. Sim, porque não estamos falando de gente iletrada. Mesmo um ignorante europeu tem, em média, mais cultura do que nossos estudantes medianos aqui de baixo do Equador.
    Acho que está na hora de parar com a "brincadeira" e punir severamente os clubes cujos torcedores assim procedem. Isso porque, não sendo possível puni-los diretamente - Será que não é mesmo?!?! -, alguém tem que "pagar pelo pato". Depois que os clubes perderem os pontos de uma partida onde isso acontecer, eu duvido muito que os outros torcedores vão deixar esses bobalhões lnaçarem bananas em campo, ou fazer barulho de macacos para ofender quem quer que seja.
    Hoje, no site Globo.com há um artigo bem legal. Segue aí abaixo:

YES, 
QUEREMOS 
BANANAS

POR GUSTAVO POLI
ARTE: CLAUDIO ASSIS E CARLOS LEMOS

Daqui a 45 dias, a Copa do Mundo vai começar no Brasil. Brasil é aquele país da América Latina onde os estádios demoram a ficar prontos, em que quase tudo fica mais caro do que o previsto, onde lutamos contra a corrupção há 500 anos... mas em que ninguém ébranco. Ou não deveria ser. Ninguém é preto - ou não deveria ser. Ninguém é azul, amarelo, verde ou vermelho. Temos todas as cores. Ou deveríamos ter.
E hoje... todos nos chamamos Daniel Alves. Todos temos pele mulata, olhos claros e cabelo pixaim. Todos nascemos na Bahia - com sangue negrobranco e índio a correr pelas veias. E todos comemos a banana metafórica lançada no chão.
Essa banana é o Brasil viajando no tempo e no espaço. Comer o racismo e metaforicamente descomê-lo com a melhor das ironias - é esse o Brasil moleque, o Brasil bailarino - capaz de driblar num espaço de guardanapo, de sambar na cara do velho mundo, capaz de superfaturar estádios, metrôs e refinarias, de produzir mensalões e mensalinhos... mas incapaz... ou quase sempre incapaz de aceitar a intolerância.
A intolerância nos agride mais que a corrupção. No Brasil se fala português com açúcar - escreveu Eça de Queiroz. Somos dóceis, somos ternos - e preferimos ser. Nossos pecados são disfarçados - e é bom que assim seja. Desprezamos o alcagüete mais do que o criminoso. Precisamos de leis para impedir que existam elevadores sociais e de serviço - mas não admitimos a humilhação pública. Não admitimos o lançamento de banana.
Podemos ser a PM subindo o morro, podemos ser o tráfico atirando pra baixo... mas, quase sempre, somos o beijinho no ombro, a mão que afaga aqui e afana ali - mas não a que apedreja.
Vamos comer essa banana como Oswald de Andrade. Comê-la, digeri-la e transformá-la. Hoje somos todos macacos. Eu, você, o Neymar, o político, a presidente, o ministro, o empresário, o trabalhador, o senhor, a senhora, o presidiário, o ator, o ladrão, o policial, o bombeiro, o deputado de direita, o vereador de esquerda, o padeiro, o gari, o motorista, o preto, o branco, o azul, o cor-de-rosa.
Somos todos hélios de la peña - temos olhos azuis e pele negra. Somos todos marcos palmeira, mestiços de olhos castanhos e cabelo enrolado Somos todos preta gil, tais araújo, lázaro ramos. Somos todos giovanna antonelli, fernandas lima, tammy gretchen. A pele que nos habita ou a pele que habitamos não tem paradoxo.
Yes, Braguinha, nós temos banana. E hoje, o que importa é pegar essa banana no chão. E comê-la em vez de lançá-la de volta. É nesse pequeno momento em que dá pra acreditar naquela musiquinha de arquibancada - sou brasileiro... com muito orgulho... com muito amor. Porque é o humor que nos separa - é a alegria que nos permite encarar tudo-isso-que-aí-sempre-esteve.
Daqui a 45 dias, o mundo vem ao Brasil - que por causa de um monte de pretos ebrancos e índios e mestiços chegou a 2014 como o país do futebol. Do futebol, do samba, da caipirinha, de praias lindíssimas e políticos nem tão belos... da corrupção, dos conchavos e doleiros e KKKKs.
E é esse nosso dilema. Com muito orgulho, com muito amor, o brasileiro segue sendo o narciso às avessas, capaz de cuspir em sua própria imagem com propriedade e de se entender com outro brasileiro em apenas uma frase:
- Brasil, né?
É - Brasil... terra onde em se plantando... tudo dá - menos intolerância. De todas as vilezas do mundo, o preconceito é aquele tipo de inimigo fácil de identificar e difícil de derrotar. O rei mais conhecido deste mundo é preto, atende por Édson e nasceu em Minas Gerais. É no altar dele que deposito meu voto e digo aos lançadores de banana:
Mandem mais.
Mandem mais banana.
Mandem que a gente mata no peito e transforma em bananaço. Numa bem-humorada e coletiva banana para todos aqueles que acreditam nessa bobagem de que cor da pele faz diferença.
Em suma - esta república federativa das bananas orgulhosamente agradece. E orgulhosamente reconhece: sim - essa terra tem mil problemas. Mas alguma coisa - alguma coisa a gente tem pra ensinar pra vocês - e não é futebol.
Muito obrigado pela lembrança.
Bem-vindos ao Brasil.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Obras Completas... no Brasil


   Fiquei felicíssimo em saber que teremos a publicação das obras completas de Spinoza no Brasil. É certo que podemos utilizar os textos traduzidos para outros idiomas, como o Inglês, o Francês e até o Espanhol, mas, com o conjunto em Português, fica mais ou menos estabelecido - sendo a tradução de boa qualidade - um vocabulário no nosso idioma todo "articulado", entre as diversas obras.
   A feliz iniciativa foi da Editora Perspectiva, sob a organização de J. Guinsburg, Newton Cunha e Roberto Romano. De antemão, parabenizo a todos eles, incluindo a editora, e agradeço, em nome de todos os spinozanos brasileiros.
    Segundo nos informa a "Nota da Edição", serão produzidos quatro volumes, "o que permite ao leitor maior flexibilidade de escolha, na dependência de um interesse mais amplo ou mais restrito".
    Por enquanto, só encontrei o primeiro volume, que contém o Breve Tratado, Princípios da Filosofia Cartesiana, o Pensamentos Metafísicos, o Tratado da Correção do Intelecto e o Tratado Político - destes, só não tínhamos, em Português, o Princípios da Filosofia Cartesiana -; mas, pelo que entendi, acessando o site da editora, o Volume II também já foi impresso. Este último contém a Correspondência Completa e a primeira biografia do filósofo, escrita por Johannes Colerus. A Correspondência, nós só temos parcial, e A vida de Spinoza, se não me engano, só existe em um dos Cadernos Espinosanos, produzido pelo Grupo de Estudos Espinosanos da USP.
    Teremos, inclusive, o Compêndio de Gramática da Língua Hebraica - que eu só vi, uma vez, em Francês, e nunca mais encontrei novamente.
   Enviei, obviamente, um e-mail à Editora Perspectiva ressaltando a importância da decisão, e agradecendo a publicação.
   No entanto, também fiquei apreensivo com algumas coisas, que sinalizei no mesmo e-mail, submetendo estas questões à reflexão dos senhores organizadores, a fim de melhorar a obra.
    Segue o e-mail que enviei:
    (INÍCIO DO E-MAIL)
   Achei importantíssima a iniciativa de lançar a obra completa de Spinoza aqui no Brasil. O mercado brasileiro já merecia isso, portanto, louvo muito a iniciativa da Perspectiva, estendendo meu cumprimento a J. Guinsburg, Newton Cunha e Roberto Romano. A ideia de lançar a obra em cinco (sic) [SÃO QUATRO, NA VERDADE] volumes, facilitando o manuseio, também é ótima. Parabéns, portanto.
 Comprei o volume I na quarta e pus-me a folhear. Como estudioso de Spinoza, gostaria de fazer, no entanto, algumas ressalvas, que poderiam valer uma reflexão dos senhores.
1) a palavra "Breve", entre parênteses, na capa, sumário e texto me parece dever ser registrada sem os parênteses, afinal, em todo o mundo ele é o KV - o Korte Verhadeling... -, como, inclusive, está registrado no próprio livro dos senhores.
2) visto que a história do KV é muito rica em mistérios, e que existem duas versões do manuscrito em holandês, seria interessante sinalizar que esta é a tradução do 'Manuscrito ..." - imagino que seja a do Manuscrito A, mas valeria a citação, penso.
3) o texto "Acerca desta tradução" explica várias importantes opções de tradução, bem como destaca termos capitais para entendimento da doutrina, mas peca em omitir seguidamente, nas citações à Ética, o local exato do trecho citado. Por exemplo, na página 20, "Ética I, outra Demonstração"... de quê? O correto seria "Ética I, Prop. XI, Outra Demonstração". Há duas outras, onde estão registradas "Ética III, III" e "Ética IV, LII", em que, apesar do mesmo formato, a primeira é de uma definição e a outra de uma proposição.
4) a citação da Definição III, a que me referi acima, está aparentemente truncada. Ela diz "Entendo por afecções aquelas do corpo...". Não seria "Entendo por afetos aquelas afecções do corpo"? Pergunto isso para entender qual será a opção de tradução do volume que conterá a Ética. Se "afecções" for usada de maneira indistinta,  nós, leitores, perderemos grande parte da doutrina spinozana dos afetos.
5) a observação mais importante, no entanto, é esta que faço por último. Há um claro engano de J. Guinsburg e N. Cunha, nesse pequeno texto, quando os mesmos falam que "só agindo virtuosamente pode o homem expressar o LIVRE-ARBÍTRIO ou a liberdade pessoal" (Grifo nosso). Ora, em relação à liberdade, não há o que objetar, mas identificar "liberdade" e "livre-arbítrio" é um pecado que nenhum spinozano pode cometer, sob pena de pôr abaixo toda a construção filosófica spinozana.
Muito agradecido pela obra. Espero que minhas sugestões possam servir, em algum momento. 
    (FIM DO E-MAIL)
     Além do que já escrevi, restou algo por dizer: embora a obra realmente traga alguns textos inéditos no Português do Brasil, há um engano que mereceria reparo por parte da Perspectiva, no que diz respeito ao Breve Tratado. Isto porque, em 2012, a Editora Autêntica publicou um volume bastante bem cuidado, em capa dura, deste texto spinozano. Sobre a questão de A Vida de Spinoza, eu realmente não tenho certeza se foi ou não publicada. Mas se foi, o foi em uma revista de circulação restrita, o que carreia mérito à Editora Perspectiva por disponibilizar o texto para um público mais amplo.
    Muito boa atitude. 

segunda-feira, 7 de abril de 2014

A corrida da minha vida


   Ontem, fui correr a minha primeira - e, quiçá, última - meia-maratona. Gosto de correr mesmo os 10 km, mas tinha como um desafio pessoal, ao menos uma vez, participar de uma meia-maratona. Pois bem, ontem foi o dia. Vinha me preparando, mais ou menos, para isso. O "mais ou menos" fica por conta de uma lesão que tive no quadril, e que, no último mês, só me permitiu treinar na areia. Mas, enfim, missão cumprida. Corri os 21 km... e 97 m, em 2h 11min e 37 s.
    Pronto... já posso me aposentar da carreira de meio-maratonista. Rsss.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Já que o assunto são os amigos...


   Parece que não registrei as boas vindas a duas amigas dos amigos, que são a Adriana Alves e a Sandra. Mil perdões pelo ocorrido. Corrigindo este erro, aqui estão meus efusivos "Sejam bem vindas a este nosso espaço!". Como sempre digo: sintam-se completamente à vontade para participar ativamente. 
   Obrigado pela presença e um abração em cada uma.

Os amigos de Spinoza... Nós, também!


   Hoje, em meio àquela minha leitura errática, estava pesquisando mais sobre o Tractatus De Intellectus Emendatione. O livro mais completo sobre ele, penso, é o Spinoza: the way to wisdom, de Herman De Dijn. Esse livro possui, além da interpretação desse comentador, o texto latino e, ao final, um pequeno estudo sobre a Ética, que, segundo De Dijn, é indispensável para completar o entendimento do tratado.
   Além dessa minha "dica" para quem for estudar o De Intellectus Emendatione, o mais legal foi uma passagem que li, e me fez lembrar imediatamente do blog.
    Lá nas páginas 10 e 11, dizia assim: 
   "The Short Treatise and even the Ethics were written not for the general public but for 'the friends' [...]. The 'friends', of course, were not restricted to the small group around Spinoza asking his guidance in their reading and discussion of his texts. Like Ludwig Wittgenstein, Spinoza undoubtedly thought that he was 'writing for friends who are scattered throughout the corners of the globe' and throughout time".
    Ou seja, os "friends" somos justamente nós, aqui do "Spinoza e amigos". Rsss.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

John Mayer


   Eu só conhecia o John Mayer das músicas que tocam no rádio ou televisão... naquele esquema de "música de ocasião", em que a gente mal presta atenção. Por esses dias, entretanto, comprei um CD dele. Gostei tanto, que logo se seguiram mais dois... e, agora, um DVD.
  Uma das letras de que gostei - perfeita para quem tem filhas - é ... "Daughters"... nenhuma surpresa, não é? Rsss
   Vejam só esse trecho:

"Fathers be good to your daughters,
 Daughters will love like you do,
 Girls become lovers who turn into mothers
 So mothers be good to your daughters too"

  
  

Goethe - Ensaios Científicos (3)


    Continuando...
    
   "Quando a alma se apercebe de uma relação como que germinal, cuja harmonia, caso estivesse totalmente desenvolvida, ela não conseguiria ver de modo abrangente ou perceber de uma vez só, chamamos essa impressão de 'sublime' - e esta é a mais nobre que pode caber a uma alma humana.
  Quando divisamos uma relação que, em todo o seu desdobramento, é suficiente para termos uma visão abrangente ou para compreendermos a medida da nossa alma, chamamos a impressão de 'grandiosa'.
     Dissemos acima que todas as coisas existentes e vivas têm sua relação em si próprias. Portanto, a impressão que causam em nós, tanto individualmente quanto em conexão com outras, bastando que essa impressão se origine de sua existência perfeita, nós a chamamos de 'verdadeira'; e caso essa existência seja parcialmente limitada de modo a podermos compreendê-la facilmente, e esteja em tal relação com nossa natureza que apreciemos captá-la, chamamos a coisa de 'bela'.
    O mesmo acontece quando pessoas, de acordo com sua capacidade, dão uma forma de totalidade - seja esta rica ou pobre, como se queira - à conexão entre as coisas, e depois fecham o círculo. Elas considerarão como o mais certo e seguro aquilo em que pensam mais confortavelmente, aquilo em que podem encontrar prazer. Na maioria das vezes, porém, se notará que elas veem com sossegada compaixão outras pessoas que não se contentam tão facilmente e aspiram a buscar e conhecer relações entre coisas divinas e humanas; e em toda oportunidade farão notar, de modo acintosamente modesto, que no 'verdadeiro' encontraram uma certeza que está acima de qualquer comprovação e entendimento. Não cessam de louvar sua invejável calma e alegria interior e indicam a cada um essa felicidade como sendo a meta final. No entanto, como nem são capazes de descobrir claramente por qual caminho chegaram a essa convicção, nem qual é efetivamente o motivo da mesma, e sim falam meramente de certeza como certeza, quem deseja aprender tem pouca confiança nelas, pois tem sempre de ouvir que a alma deveria tornar-se cada vez mais simples, dirigir-se a somente um ponto, esquivar-se de todas as variadas relações embaraçosas; apenas então se poderia encontrar a felicidade num estado que é dádiva voluntária e um dom especial de Deus.
    Ora, segundo nossa maneira de pensar, não gostaríamos de chamar essa limitação um dom, porque uma escassez não pode ser considerada um dom; mas poderíamos considerar, isto sim, como uma graça da natureza o fato de - já que o ser humano é no máximo capaz de alcançar conceitos imperfeitos - ela ter cuidado para este sentir satisfação em sua própria estreiteza."

    Eis aí! Comentários... interpretações... ?
    

terça-feira, 1 de abril de 2014

Goethe - Ensaios Científicos (2)


       Continuando...
    
   "Uma coisa existente e viva não pode ser medida por nenhum meio exterior a ela; caso isso tenha de ocorrer, ela própria deveria fornecer a medida para tal; esta, porém, é altamente espiritual e não pode ser encontrada pelos sentidos; já no caso do círculo a medida do diâmetro não pode ser aplicada à circunferência. Foi assim que se quis medir o ser humano mecanicamente: os pintores tomaram a cabeça como a parte mais distinta para a unidade de medida, mas não se pode empregá-la sem causar pequenas e indizíveis violações no restante dos membros.
    Em cada ser vivo existe o que denominamos partes, porém tão inseparáveis do todo que só podem ser compreendidas nele e com ele. E nem as partes podem ser empregadas como medida do todo, e nem o todo como medida das partes; e assim, conforme dissemos acima, um ser vivo limitado participa da infinitude, ou melhor, tem algo infinito em si - e isto se não quisermos dizer melhor: que não podemos compreender inteiramente o conceito da existência e da perfeição do ser vivo mais limitado, e portanto, do mesmo modo como a imensa totalidade em que são compreendidas todas as existências, ele deveria ser explicado como sendo infinito.
    Existe uma imensa quantidade de coisas das quais nos apercebemos, e suas inter-relações que nossa alma pode captar são extremamente variadas. Almas que possuem uma força interior para expandir-se começam a ordenar a fim de facilitar para si o conhecimento, e começam a adicionar e conectar a fim de alcançar o prazer.
    Portanto, devemos limitar em nossa alma toda existência e perfeição, para que estas se tornem adequadas à nossa natureza e à nossa maneira de pensar; só então afirmaremos compreender algo ou desfrutar dele."

    Mais uma página.

Ainda Delahunty


   É interessante como Delahunty, no livro citado no post anterior, faz críticas a Spinoza, mas, ainda assim, se mostra totalmente "fã" da filosofia do holandês. 
   Primeiro, baseado numa crítica de Jerome Neu, Delahunty apresenta as dificuldades que aparecem ao considerarmos diversas passagens que envolvem a classificação das emoções em ativas e passivas. Ao fechar o item "The passions", na página 236, o comentador escreve: "These four difficulties seem to me to tell, not so much against my reading of Spinoza, as against Spinoza himself". 
   Se isso poderia levar Delahunty a questionar a filosofia spinozana como um todo, não é o que efetivamente acontece. No Capítulo VIII (Freedom and Reason), na página 255, por exemplo, vejamos o que ele diz: "Part IV of the Ethics presents a picture of the life of the Spinozist sage, the 'free man'. [...] The picture we are given is as beautiful and as impressive as anything of its kind in philosophy; it can be compared with Aristotle's study of the 'great-souled man', which it seems intended to rival (Nichomachean Ethics, IV, Section 3)."
   Bonito e admirável, hein!!!