terça-feira, 19 de setembro de 2017

Leandro Karnal (2)


   Sabemos que Karnal é historiador, por formação. Contudo, é um homem ilustrado, com conhecimentos de várias áreas do saber.  
   Mas... no texto que trata sobre a velhice, ele dá uma "escorregada". E justamente com nosso querido Spinoza.
   Karnal diz: "[...]como queria Espinosa, sou o meu corpo. Não existem duas instâncias separadas, mas uma só. Meu corpo não contém o meu ser, ele é o que sou".
   Realmente, para Spinoza, o ser é uma coisa só, que pode ser percebida sob dois aspectos - um material e outro imaterial. Mas... dizer "sou o meu corpo" soaria materialista demais para Spinoza. Afinal, se há somente uma "coisa", eu poderia dizer "sou a minha mente". Mas isto é falacioso. Qualquer redução do ser a uma única "instância", como usa Karnal, seria confundir o nível da nossa percepção do ser com o da própria existência do ser.

Leandro Karnal


   Comprei o livro mais recente do pensador que dá título ao post. Trata-se de Diálogo de culturas, publicado pela Editora Contexto. São pequenos textos, produzidos originalmente para o jornal Estado de S. Paulo, que foram adaptados para publicação em um livro. 
   Estou lendo aos poucos - entre outras leituras -, e sem respeitar a ordem de apresentação do próprio livro. Dois artigos me chamaram muita atenção: um sobre amizade e outro sobre a velhice.
   Depois comento sobre eles... e sobre outros mais.

Vida que segue...


   Mais uma parada no blog. Desta vez, o motivo foi mais que o excesso de tarefas quotidianas. No dia 25 de agosto, faleceu minha mãe. 
   A data - Dia do Soldado -, em alguma medida, marca o que foi sua vida ao longo deste ano. Internada, quase que ininterruptamente, desde 09 de janeiro, com idas e vindas ao CTI, a luta parecia estar grande demais para um corpo por demais fragilizado. Ainda assim, ela não cedeu fácil. Em alguns momentos, achei que a carga estava excessiva e que ela não suportaria... mas ela foi em frente. 
   Havia três semanas que ela estava em casa. Em princípio, a recuperação estava correndo de modo regular. Contudo, na semana do seu falecimento, ela teve uma convulsão que gerou uma lesão na perna - suspeitava-se até de fratura, pela fragilidade dos ossos. Infelizmente, antes que a resposta do tratamento da lesão na perna viesse, ela teve uma insuficiência respiratória aguda - até então, um quadro que não fazia parte de sua rotina.
   Esta insuficiência fez com que, no dia 25 de agosto, uma sexta-feira, ela viesse a nos deixar.